Três homens fizeram o ‘trabalho mais perigoso do mundo’ sabendo que isso significava morte certa

por Lucas Rabello
0 comentário 1,7K visualizações

Imagine marcar o ponto para trabalhar, sabendo que há uma boa chance de que possa ser seu último dia. Parece intenso, certo? Bem, essa foi a mais ou menos a realidade para três caras corajosos na Usina Nuclear de Chernobyl nos anos 80. Estamos falando de Alexei Ananenko, Valeri Bezpalov e Boris Barnov, que literalmente mergulharam em perigo para salvar milhões.

Aqui está a cena: Chernobyl, Pripyat, Ucrânia. Ananenko e Bezpalov são os engenheiros, e Barnov é o chefe de turno. Então, boom! 26 de abril de 1986 chega, e é um cenário de pesadelo. O Reator 4 enlouquece após uma série de falhas humanas, provocando explosões e incêndios, e lançando radiação mortal por todos os lados.

O saldo imediato? Dezenas. Mas o rescaldo? Milhares sucumbiram ao toque sombrio da radiação ao longo do tempo. No entanto, poderia ter sido muito, muito pior. Eis que entram os três heróis.

Chernobyl

Então, os bombeiros estão no local, combatendo as chamas e molhando o reator exposto. Ótimo, exceto que agora o porão é uma piscina radioativa, e o reator ainda está tendo um colapso, ameaçando se encontrar com 20 milhões de litros de água abaixo. Imagine esse encontro: uma explosão de vapor tão massiva que poderia ter devastado metade da Europa e deixado-a inabitável por meio milhão de anos. Seria, por muito, a maior tragédia da história.

Mas havia um lampejo de esperança – algumas válvulas no porão que poderiam drenar o perigo. Único problema? Chegar até elas significava nadar por uma sopa escura e radioativa. Não exatamente um dia na praia. Mas Ananenko, Bezpalov e Barnov? Eles não piscaram. Vestidos apenas com roupas de mergulho e armados com lanternas, mergulharam para desligar o Armagedom.

Caminhando pelas águas tóxicas, eles encontraram o cano que levaria quase metade do mundo à salvação. Válvulas giradas, desastre evitado.

Três homens fizeram o 'trabalho mais perigoso do mundo' sabendo que isso significava morte certa

E veja só – todos os três saíram não apenas vivos, mas ativos por anos depois. Eles driblaram o ceifador, também conhecido como Síndrome da Radiação Aguda, que não foi tão gentil com outros trabalhadores de Chernobyl. Em 2018, eles até receberam uma homenagem do presidente ucraniano Petro Poroshenko, com a Ordem Pela Coragem. Barnov, que nos deixou em 2005, recebeu seus elogios postumamente.

Sua façanha arriscada até recebeu tratamento de Hollywood na série “Chernobyl” da HBO. Por que eles escaparam do pior? Bem, acontece que a água é bastante boa em manter a radiação sob controle, e aquelas roupas de mergulho não eram apenas para show. Além disso, eles não enrolaram. Eles entraram, fizeram o serviço e saíram o mais rápido possível, minimizando o contato com o perigo.

Então, é isso. Três homens, uma missão e muita coragem. Eles enfrentaram um dos cenários mais assustadores imagináveis e saíram do outro lado como heróis. Não apenas por um dia, mas para a história.

Deixar um comentário

* Ao utilizar este formulário você concorda com o armazenamento e tratamento de seus dados por este site.

Mistérios do Mundo 2024 © Todos os direitos reservados