Seis adolescentes foram descobertos após passarem 15 meses naufragados em ilha desabitada

por Lucas Rabello
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Em um relato notável de sobrevivência, seis adolescentes se encontraram em uma situação extraordinária ao ficarem isolados em uma ilha deserta após um acidente de barco. O grupo, composto por amigos da escola de Tonga, embarcou em uma aventura que os levou a esse imprevisto inesperado. O mais velho entre eles, Sione Fataua, tinha apenas 17 anos na época do incidente.

A saga começou em 1965, quando Mano Totau e seus companheiros, movidos pelo desejo juvenil de aventura, decidiram escapar da monotonia da vida escolar. O veículo escolhido para essa jornada foi um barco baleeiro tradicional, que eles comandaram sem as ferramentas de navegação necessárias, como um mapa ou uma bússola. Seu destino era Fiji, localizado a aproximadamente 800 quilômetros de seu ponto de partida em Tonga.

Apesar de sua familiaridade com o mar, os adolescentes logo perceberam a gravidade do seu erro quando o barco foi acometido por uma tempestade violenta. O temporal causou estragos em suas velas, deixando-os à deriva por oito dias. Eventualmente, avistaram terra e foram lançados em uma ilha vulcânica.

Os náufragos voltaram à ilha para uma visita. Crédito: John Carnemolla

Os náufragos voltaram à ilha para uma visita. Crédito: John Carnemolla

Inicialmente, o grupo conseguiu se sustentar pescando e consumindo ovos crus e sangue de aves marinhas. À medida que recuperavam suas forças, exploraram mais a ilha e subiram até seu platô principal, uma ação que melhorou significativamente suas chances de sobrevivência. Foi lá que descobriram vestígios de uma comunidade tonganesa anterior, incluindo um pote de argila, um facão e galinhas.

Essa descoberta marcou um ponto de virada em seu calvário, permitindo-lhes adotar uma abordagem mais estruturada para a sobrevivência. Eles mantiveram um fogo constante, construíram um abrigo com frondes e até improvisaram uma academia rudimentar para se manterem em forma. Para resolver conflitos, estabeleceram uma regra onde as partes em disputa se separariam e se acalmariam caminhando até extremidades opostas da ilha.

Seu espírito cooperativo e estratégias inovadoras de sobrevivência contrastavam acentuadamente com os temas de desintegração e selvageria retratados no romance “O Senhor das Moscas”, de William Golding.

Eles passavam o tempo esculpindo ou confeccionando instrumentos musicais. Crédito: John Carnemolla

Eles passavam o tempo esculpindo ou confeccionando instrumentos musicais. Crédito: John Carnemolla

Após suportarem quinze meses em isolamento, os adolescentes foram eventualmente resgatados, e sua história de resiliência e trabalho em equipe capturou a atenção do historiador holandês Rutger Bregman. Bregman, que incluiu o relato deles em seu livro, argumentou que sua experiência desafia a visão convencional da sociedade como um baluarte contra a selvageria humana inerente. Em vez disso, ele postulou que os humanos são fundamentalmente seres cooperativos.

Refletindo sobre sua sobrevivência, Sione atribuiu seu sucesso aos fortes laços comunitários e valores arraigados em sua cultura. Apesar da pobreza material, a natureza unida de suas famílias e a ênfase no compartilhamento e cuidado desempenharam um papel fundamental em sua capacidade de superar os desafios enfrentados na ilha.

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