Homem prova que tem condição rara que faz seu corpo produzir álcool e é inocentado de dirigir embriagado

por Lucas Rabello
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Um homem belga, previamente condenado por dirigir sob influência de álcool em 2019, encontrou-se em uma situação perplexa. Apesar de suas alegações de não ter bebido, seus testes de bafômetro consistentemente mostravam níveis de álcool excedendo quatro vezes o limite legal de 0,5 mg por litro na Bélgica. Seu teor de álcool no sangue era alarmante, marcando 2,09 mg por litro. As prisões repetidas ocorreram uma vez em abril de 2022 e novamente um mês depois, confundindo tanto o homem quanto a polícia.

A reviravolta em sua história veio com um raro diagnóstico médico: síndrome da autocervejaria (ABS), também conhecida como síndrome de fermentação intestinal. Esta condição metaboliza alimentos açucarados e ricos em amido diretamente em álcool dentro do sistema digestivo, levando à intoxicação sem ingestão de álcool. Isso explica por que, embora o homem trabalhasse em uma cervejaria e tivesse consumido duas cervejas no dia anterior à sua primeira parada em 2022, ele não estava realmente bebendo nos momentos de suas prisões.

“Outra infeliz coincidência”, comentou seu advogado, Anse Ghesquiere, destacando a peculiar ironia de seu emprego na cervejaria. A raridade da condição e a comumalidade de seus sintomas com outras doenças tornam o ABS um diagnóstico desafiador. Muitas vezes passa despercebido e pode ser facilmente confundido com outros problemas médicos ou comportamentais.

Determinado a limpar seu nome, o homem buscou expertise médica. Os médicos realizaram um teste controlado onde o alimentaram com uma dieta rica em carboidratos por 24 horas sem qualquer consumo de álcool. Os resultados foram conclusivos: seu corpo estava realmente transformando os carboidratos ingeridos em álcool, uma conversão massiva que foi verificada independentemente por outro profissional médico nomeado pelo tribunal policial de Bruges.

“Seu corpo transforma carboidratos em uma cervejaria”, disse um médico, encapsulando a natureza bizarra do ABS. Os achados médicos foram cruciais no tribunal, onde o juiz reconheceu as circunstâncias únicas. A falta de sintomas de intoxicação do homem desempenhou um papel crucial em sua absolvição, reforçando que seu alto teor de álcool no sangue era resultado de sua condição médica e não do consumo de álcool.

O tribunal decidiu contra a imposição de uma proibição de dirigir, citando as evidências médicas e a natureza única de sua condição. No entanto, estabeleceu uma estipulação estrita para o futuro. O juiz ordenou que o homem adotasse mudanças significativas no estilo de vida, como alterar sua dieta para gerenciar seu ABS. Alternativamente, ele poderia instalar um sistema alcolock em seu veículo — um dispositivo que impede que o carro seja ligado se álcool for detectado no sistema do motorista.

A decisão do tribunal veio com um aviso severo: se ele falhar em implementar essas mudanças e enfrentar outra acusação de dirigir sob influência de álcool, o veredicto pode não ser tão favorável.

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