‘Homem mais sujo do mundo’ que não tomava banho há 60 anos morreu logo depois de finalmente decidir tomar banho

por Lucas Rabello
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Durante 60 anos, Amou Haji evitou sabão e água como se estivessem tentando pegá-lo. Vivendo na vila iraniana de Dejgah, Haji, frequentemente referido como “o homem mais sujo do mundo”, tinha um medo distinto: acreditava que a limpeza poderia trazer doenças. Essa crença o manteve longe de tomar banho por décadas, acumulando camadas de sujeira em sua pele, que, segundo um autor, o fazia se misturar tão bem à paisagem árida que ele poderia ser confundido com uma rocha.

Haji residia em uma moradia rudimentar dividida entre um buraco no chão e uma pequena cabana de tijolos, construída pela comunidade local. Suas escolhas alimentares não eram menos convencionais que suas visões sobre higiene. Preferindo o gosto da decadência, sua refeição favorita incluía porco-espinho podre e outros animais mortos que encontrava pelo caminho. Para acompanhar tais refeições, ele frequentemente recorria à água estagnada encontrada em poças ou em latas de óleo enferrujadas.

Não parando em seus hábitos alimentares incomuns, Haji também fumava um cachimbo, mas, em vez de tabaco, ele o enchia com fezes de animais. Apesar do que muitos chamariam de um estilo de vida não saudável, Haji viveu até os 94 anos. Suas escolhas de vida, embora radicais, não pareceram encurtar significativamente sua expectativa de vida.

Os moradores da vila, talvez preocupados ou simplesmente intrigados pelo estilo de vida de Haji, o incentivaram por anos a tomar banho. Apesar dos esforços deles, ele permaneceu firme em seus caminhos, recusando consistentemente suas ofertas. “Água, comida, tentativas de me banhar… isso me entristece”, dizia Haji, sinalizando sua satisfação com suas escolhas de vida.

'Homem mais sujo do mundo' que não tomava banho há 60 anos morreu logo depois de finalmente decidir tomar banho

Não foi até alguns meses antes de sua morte, em 23 de outubro de 2022, que ele finalmente cedeu aos apelos dos moradores. A mídia local relatou que, após tomar seu primeiro banho em mais de seis décadas, Haji adoeceu, validando seus medos de longa data, e faleceu pouco tempo depois.

O estilo de vida de Haji e o contraste marcante com as normas convencionais provocaram um amplo debate sobre higiene e saúde. Sua história foi capturada no documentário de 2013 intitulado “A Estranha Vida de Amou Haji”, que ofereceu aos espectadores um vislumbre de sua vida extraordinariamente incomum.

Haji atribuiu sua existência nômade e solitária às cicatrizes emocionais de uma desilusão amorosa em sua juventude, sugerindo que suas escolhas não eram apenas sobre medos de saúde, mas também uma jornada mais profunda e pessoal. Sua vida, marcada por suas estratégias únicas de sobrevivência, deixou um legado que continua a ser discutido e debatido em todo o mundo.

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