Corrente do Oceano Atlântico está mesmo enfraquecendo. Veja o que pode acontecer

por Lucas Rabello
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A Circulação Meridional do Atlântico, ou AMOC, para abreviar, é uma imensa esteira transportadora subaquática em movimento, deslocando mais água do que se pode imaginar. Pense nos maiores rios do mundo e multiplique essa admiração por cem. Isso não é apenas uma gota no oceano; é o sustento que impede o clima da Terra de colapsar.

Então, aqui está a novidade: Desde meados dos anos 90, a AMOC tem estado atrasada, como um velho motor cansado. “A Europa poderia estar tremendo de frio nos invernos, e os trópicos poderiam estar suando ainda mais”, é o que os especialistas estão dizendo. Isso não é novidade para os climatologistas; eles têm observado a AMOC há tempos, sabendo que é o calcanhar de Aquiles no equilíbrio climático do nosso planeta. Mas precisar as mudanças exatas? Isso tem sido tão complicado quanto pregar gelatina na parede.

Agora, sobre o porquê e o como. As correntes oceânicas não estão simplesmente vagando sem rumo. Elas têm uma missão, movendo calor e garantindo que o grande azul receba sua parte de oxigênio. E o que está por trás dessa grande orquestração? Uma mistura de coisas, mas o mojo da AMOC vem principalmente da formação de gelo marinho, deixando para trás água salgada que mergulha profundamente, dando espaço para que águas mais quentes se aconcheguem.

Mas aqui está a reviravolta: o derretimento do gelo da Groenlândia está jogando uma chave inglesa na engrenagem, inundando o Atlântico Norte com água doce que é muito leve para afundar. “Sem esse mergulho nas profundezas, estamos olhando para uma Corrente do Golfo lenta”, alertam os especialistas. E medir esse gigantesco movimento aquático? É como tentar contar gotas de chuva em uma tempestade, especialmente quando se olha para trás no tempo.

O Dr. Alexey Mishonov e sua equipe da Universidade de Maryland deram uma nova olhada na AMOC, examinando as temperaturas da superfície do mar e o quão alto o mar está, com um toque de dados de salinidade e densidade onde puderam encontrá-los. Seus achados? É uma mistura de tendências de aquecimento em todo o Atlântico Norte, com algumas áreas ficando para trás. “Este aquecimento desigual sugere que o calor tropical não está sendo transportado para fora de forma eficiente”, deduz a equipe.

A AMOC se manteve até 1994, mas tem arrastado os pés desde então. E a última década? Viu uma desaceleração geral na agitação das águas profundas. Eles estão falando de uma redução de 20% no calor que a Corrente do Golfo costumava entregar, o que não é pouca coisa.

Agora, Mishonov solta uma bomba de verdade: “Uma AMOC lenta significa menos movimentação de calor, o que poderia aumentar o termostato em pontos quentes e tornar os frios mais frios em outros lugares.” E embora alguns possam esfregar as mãos pensando que as mudanças climáticas podem lhes favorecer, esse cenário não parece que vai distribuir muitas vitórias, afinal, se a AMOC parar completamente, boa parte da Europa e América do Norte podem se tornar inabitáveis de tanto frio.

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