Buraco negro que é 33 vezes maior que o Sol encontrado ‘escondido’ próximo à Terra

por Lucas Rabello
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Astrônomos acabaram de fazer uma grande descoberta com o Gaia BH3, um buraco negro de massa estelar que está balançando a balança cósmica com impressionantes 33 vezes a massa do nosso sol. Para colocar em perspectiva, o Cygnus X-1, que anteriormente tinha o título de maior buraco negro estelar conhecido em nossa galáxia, tem apenas 21 massas solares. Isso sim é um verdadeiro campeão dos pesos pesados!

Localizado na constelação de Aquila, o Gaia BH3 é praticamente nosso vizinho, estando a cerca de 2.000 anos-luz de distância. Isso o torna o segundo buraco negro mais próximo da Terra, superado apenas pelo Gaia BH1, que está a meros 1.500 anos-luz.

Pasquale Panuzzo, do Observatório de Paris, não poupou palavras: “Ninguém esperava encontrar um buraco negro de alta massa escondido nas proximidades, indetectado até agora. Esse é o tipo de descoberta que você faz uma vez na vida de pesquisador.” Uma verdadeira subestimação, considerando a empolgação que tal achado gera na comunidade astronômica!

Uma ilustração artística do buraco negro e sua estrela em órbita. (Crédito da imagem: ESO/L. Calçada)

Uma ilustração artística do buraco negro e sua estrela em órbita. (Crédito da imagem: ESO/L. Calçada)

Buracos negros são geralmente conhecidos por seu apetite, consumindo gás, poeira, estrelas e, às vezes, outros buracos negros. Eles são como os aspiradores cósmicos do universo. Esses gigantes gravitacionais são principalmente categorizados em dois tipos: buracos negros de massa estelar, como o Gaia BH3, que possuem até várias dezenas de vezes a massa do sol, e os buracos negros supermassivos, que são os verdadeiros monstros, variando de milhões a bilhões de vezes a massa do sol.

Há também os buracos negros de massa intermediária, os filhos do meio cósmicos, teorizados para ter entre 100 e 100.000 vezes a massa do sol. Apesar de numerosos avistamentos que poderiam se encaixar, nenhum foi confirmado ainda.

A descoberta do Gaia BH3 foi possível graças à nave espacial Gaia da Agência Espacial Europeia. Esta maravilha espacial está mapeando as posições e movimentos de aproximadamente 2 bilhões de estrelas na Via Láctea. Quando os astrônomos notaram que uma estrela parecia estar tropeçando em seu caminho, eles suspeitaram que algo invisível com uma forte atração gravitacional poderia estar a puxando. Eles estavam certos; era o Gaia BH3.

Para confirmar suas suspeitas, a equipe examinou mais de perto usando o Very Large Telescope no Deserto de Atacama, no Chile. Isso não só confirmou a presença do buraco negro, mas também permitiu que determinassem sua massa.

Agora, os pesquisadores têm muito trabalho pela frente. Eles estão mergulhando mais fundo nas origens do Gaia BH3 e na potencial influência que ele tem em seu bairro cósmico. Eles estão particularmente intrigados pela estrela que orbita esse buraco negro massivo, que é notavelmente pobre em metais, faltando elementos mais pesados que o hidrogênio e o hélio. Isso apoia a ideia de que buracos negros menores podem surgir de estrelas que não conseguiram fundir muito de seu combustível nuclear em elementos mais pesados.

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