Bactérias sofreram mutação na Estação Espacial Internacional em algo nunca visto antes na Terra

por Lucas Rabello
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As bactérias geralmente não são convidadas, mas frequentemente aparecem nas festas. Embora a maioria delas não nos cause problemas, alguns tipos adoram causar confusão. Uma dessas causadoras de problemas é a Enterobacter bugandensis. Descoberta na Estação Espacial Internacional (EEI) em 2018, essa bactéria tem sido associada a infecções bastante graves aqui na Terra.

Originalmente, cientistas encontraram cinco cepas dessa bactéria resistente a múltiplos medicamentos flutuando pela EEI. Mas espera aí — investigações adicionais revelaram que na verdade são 13 cepas. Isso mesmo, 13 diferentes invasores minúsculos capazes de resistir a vários medicamentos, todos no ambiente confinado e de alta tecnologia da EEI. Isso é definitivamente motivo de preocupação porque, como você pode imaginar, manter os astronautas saudáveis no espaço é crucial. Eles estão lá para conduzir experimentos, não para participar de uma competição de doenças.

Então, qual é o problema com a EEI que a torna um foco para travessuras microbianas? Bem, imagine isso: um ambiente controlado com microgravidade, mais CO2 do que temos aqui embaixo e uma boa dose de radiação solar. Apesar dessas condições — ou talvez por causa delas — os micróbios encontram uma maneira não apenas de sobreviver, mas de prosperar. Alguns até adquirem novas habilidades como resistência a antibióticos e aumento da virulência através de mutações rápidas e compartilhamento de genes com seus amigos microbianos.

O Enterobacter bugandensis realmente se adaptou bem a essas condições únicas, evoluindo características distintas de seus parentes na Terra. Um estudo recente de março deixou isso claro: essa bactéria é um patógeno oportunista. Isso significa que geralmente só causa problemas se alguém já estiver doente ou com o sistema imunológico comprometido — condições não incomuns para astronautas que passam muito tempo no espaço.

Os efeitos de um encontro com o Enterobacter podem variar desde bacteremia e infecções no trato respiratório inferior até osteomielite, sepse e infecções do trato urinário. Preocupante? Absolutamente. O estudo sugere que os estresses únicos do espaço, diferentes de tudo na Terra, podem ser o que está impulsionando essas adaptações genéticas na bactéria.

Entender como bactérias como o Enterobacter bugandensis se adaptam no espaço não é apenas acadêmico. Essas descobertas podem ajudar os cientistas a desenvolver melhores formas de proteger os astronautas de possíveis ameaças patogênicas, garantindo que suas missões possam continuar sem contratempos bacterianos. Afinal, o espaço já é difícil o suficiente sem convidados microscópicos não convidados.

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