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Se a evolução é real, por que ainda existem macacos hoje?

Lucas R.

Publicado em

Se a evolução é real, por que ainda existem macacos hoje?
Desmistificando a evolução: entenda por que ainda existem macacos e como humanos e chimpanzés compartilham um ancestral comum.

Vamos esclarecer uma concepção errada que tem circulado por aí: “Se os humanos evoluíram dos macacos, por que ainda existem macacos?” Já ouviu essa pergunta? Talvez você já tenha se questionado sobre isso. Quer dizer, não deveria haver espécies meio chimpanzé, meio humano por aí, mostrando os passos da nossa jornada evolutiva?

Primeiro, vamos colocar as coisas em ordem. A evolução não é um caminho linear e direto, onde uma criatura magicamente se transforma em outra. Imagine não como uma linha reta, mas como uma árvore vasta com inúmeras ramificações. A ilustração clássica de um chimpanzé curvado evoluindo para um humano ereto com uma lança? Embora chamativa, não é totalmente precisa.

Em vez disso, pense na nossa relação evolutiva com os chimpanzés e outros primatas como primos distantes em uma reunião de família, e não como uma relação pai-filho. Não surgimos diretamente dos chimpanzés ou de qualquer outro macaco ou primata que exista hoje. Isso seria como dizer que você descende diretamente do seu primo de segundo grau. Não faz muito sentido, certo?

Vamos aprofundar um pouco mais. Imagine a vasta árvore da vida. Em um ramo, você encontrará os humanos. Perto, em outro ramo, estão os chimpanzés. Ambos os ramos cresceram separadamente por milhões de anos. Mas, se você seguir os dois ramos até o início, eles se fundem em um. É aqui que encontramos nosso ancestral comum, uma espécie que viveu cerca de 6 a 7 milhões de anos atrás. Este ancestral, ao longo de incontáveis gerações e devido a várias pressões ambientais, evoluiu para dar origem a dois ramos distintos: um levando a nós, Homo sapiens, e o outro aos chimpanzés.

Agora, você deve estar se perguntando: “Por que não encontramos fósseis deste misterioso ancestral?” Boa pergunta! O registro fóssil, por mais vasto que seja, não é um álbum completo da história da Terra. Existem lacunas, como fotos faltando em um álbum de família antigo. Mas aqui está uma evidência incrível que temos: nosso DNA. Humanos e chimpanzés compartilham impressionantes 98,8% de seu DNA! É uma grande dica sobre nossa ancestralidade compartilhada.

Quer ampliar ainda mais essa visão? Se seguirmos a árvore mais abaixo, veríamos onde o ramo dos primatas (incluindo nós) se encontra com outro ramo. Aqui está onde entra nosso ancestral comum com os macacos. Essa separação aconteceu ainda mais cedo em nossa linha do tempo evolutiva, cerca de 25 a 30 milhões de anos atrás. Novamente, ao longo de milhões de anos, esta espécie ancestral evoluiu e se diversificou, resultando na rica variedade de espécies que vemos hoje.

Ainda está confuso? Deixe-me compartilhar uma comparação que pode ajudar. É como dizer que você descende de seus irmãos, que por sua vez vieram de seus primos. Agora, você perguntaria: “Se eu evoluí do meu primo, por que meu primo ainda está aqui?” Soa um pouco absurdo, certo? É assim que os biólogos evolutivos se sentem quando confrontados com a pergunta “por que ainda existem macacos”.

A árvore da vida consiste em galhos ramificados que se separam uns dos outros.
A árvore da vida consiste em galhos ramificados que se separam uns dos outros.

Para realmente compreender esses conceitos, recursos visuais podem ser inestimáveis. Um diagrama de árvore genealógica bem desenhado pode ilustrar lindamente como esses caminhos evolutivos divergiram e como eles se relacionam. É um pouco desafiador explicar, mas ao vê-lo visualmente, muitas vezes a lâmpada proverbial acende.

Em conclusão, a evolução é uma bela e complexa dança da natureza. Ela não segue um caminho rigorosamente passo a passo, mas é mais como uma rede de relações interconectadas, sempre se adaptando. Então, da próxima vez que ouvir alguém questionando a coexistência de macacos e humanos, compartilhe um pouco dessa analogia da árvore com eles. Entender nossa história compartilhada, cheia de caminhos ramificados e reviravoltas fascinantes, oferece uma perspectiva humilde sobre nosso lugar no grandioso tapeçário da vida.

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Editor-chefe do portal Mistérios do Mundo desde 2011. Adoro viajar, curtir uma boa música e leitura. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.