Pessoas horrorizadas com o reality show ‘mais maligno’ da história, que trancou um homem nu em um quarto sozinho por um ano inteiro

por Lucas Rabello
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“Takeshi’s Castle” parece brando em comparação com a dura realidade retratada no último filme da Hulu sobre um notório reality show japonês brutal. O filme, intitulado The Contestant, explora a provação real de um homem submetido a condições extremas enquanto milhões assistiam, fascinados e horrorizados.

O programa em questão, Susunu! Denpa Shonen— traduzido livremente como “Não Prossiga! Juventude Louca” — foi um fenômeno cultural no Japão, exibido de 1998 a 2002 na Nippon TV. Central à sua trama estava Tomoaki Hamatsu, conhecido pelo apelido Nasubi, um comediante de 24 anos que se tornou a estrela involuntária do show. A premissa era chocante: Hamatsu foi despido e trancado em um apartamento vazio, sua modéstia preservada apenas por um ícone animado de berinjela — daí seu apelido, que significa berinjela em japonês.

A configuração era simples, porém horrível. Hamatsu foi deixado com nada além de uma pilha de revistas cheias de sorteios e o objetivo de juntar ¥1 milhão apenas por meio de prêmios de concursos. Os riscos? Sua subsistência dependia disso. Seja comida de cachorro ou arroz seco, essa era sua dieta. E se isso não fosse suficiente, levou quase um ano para ganhar papel higiênico.

Os espectadores ficaram ao mesmo tempo cativados e horrorizados pelo espetáculo. A crua exposição da resistência humana sob pressão levantou questões éticas, mas ainda assim alcançou audiências de até 15 milhões de espectadores no auge. A reação do público foi uma mistura de incredulidade e curiosidade mórbida sobre quanto tempo uma pessoa poderia suportar tal isolamento e privação extremos.

Durante seus 335 dias de cativeiro, Hamatsu viveu sob vigilância constante, cada momento transmitido para uma audiência atenta. Sua única ligação com o mundo exterior eram os sorteios que mal o mantinham alimentado. Apesar da porta do apartamento estar destrancada, escapar significava vagar nu em público, uma opção que Hamatsu achou insustentável.

“A porta não estava trancada, mas eu teria que sair nu e pedir ajuda”, Nasubi contou no podcast *This American Life*. Suas reflexões revelam uma mistura de respeito e ressentimento em relação ao produtor do programa, Tsuchiya, que inicialmente era reverenciado por Hamatsu. “Eu me senti honrado por ter sido escolhido. Para mim, ele era como uma pessoa no céu. Eu tinha admiração por ele. Mas isso mudou. Ele se tornou malvado. Meu respeito eventualmente se transformou em raiva,” explicou Nasubi.

À medida que os espectadores aprenderam mais sobre as manipulações nos bastidores do programa, a resposta mudou. A indignação cresceu à medida que a realidade do que era entretenimento para alguns era, na verdade, uma experiência profundamente angustiante para o participante. “Eu não queria ficar nu. Eu disse isso a ele um milhão de vezes. Mas ele insistiu. Eu fiz. Depois eu disse a ele que não queria ser transmitido,” afirmou Nasubi, revelando a profundidade de seu desconforto e exploração.

A história de The Contestant ressoa além de sua transmissão inicial, provocando conversas sobre os limites da televisão realidade. Em plataformas de mídia social como X, anteriormente conhecida como Twitter, os usuários expressaram seu choque e consternação. “Assisti The Contestant e não consigo acreditar que algo tão enganoso e cruel foi permitido. Ele foi completamente humilhado por um reality show de baixa qualidade,” comentou um espectador. Outro compartilhou, “Estou horrorizado com tudo isso… isso não é divertido nem engraçado…” enquanto outros chamaram o produtor de “malvado”.

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