Este é o rosto de um “vampiro” da Itália do século 16

por Lucas Rabello
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Em 2006, enquanto escavavam na ilha de Lazzaretto Nuovo, nos arredores aquáticos de Veneza, as pessoas tropeçaram em um sítio de sepultamento repleto de vítimas da peste de 1576. Entre elas estava uma mulher com uma característica peculiar: um pesado tijolo enfiado em sua boca. Por quê, você pergunta? A lenda diz que ela era uma “vampira” suspeita de espalhar a peste pós-morte, graças a um apetite sangrento. O tijolo? Um silenciador medieval para sua “boca maligna”.

Imagine isto: a Europa do século XVI, onde a peste faz sua dança macabra e as pessoas estão em alerta. Surge a histeria dos vampiros. Os aldeões, desesperados por respostas para a doença implacável, voltaram suas suspeitas para o sobrenatural. E quem pode culpá-los? Imagine desenterrar um túmulo para adicionar mais corpos, apenas para encontrar os existentes inchados, vazando fluidos, parecendo muito bem alimentados. Arrepiante, certo? Este é o rosto de um "vampiro" da Itália do século 16

Os coveiros, atolados em corpos decompostos, começaram a sussurrar sobre vampiros. Esses corpos, com suas barrigas inchadas e bocas gotejantes, pareciam estar se banquetando em seus túmulos. E quando os sudários cobrindo seus rostos se desintegraram, bem, parecia que esses “vampiros” estavam mastigando-os para ganhar poder extra.

Avançamos para 2010, quando pesquisadores deram uma segunda olhada na mulher com o tijolo na boca. Seu veredito? Aquele tijolo não era um procedimento dentário improvisado que deu errado. Foi provavelmente colocado lá de propósito, para impedi-la de morder outros e espalhar a peste, de uma maneira bastante mágica.

Mas eis uma reviravolta: investigações adicionais sugeriram que a mulher era apenas uma senhora comum de 60 e poucos anos que preferia vegetais e grãos. Dificilmente a dieta de uma criatura sedenta por sangue. Isso levou alguns a pensar que talvez o tijolo fosse apenas uma adição acidental à sua boca.

Este é o rosto de um "vampiro" da Itália do século 16

Entra em cena Cícero Moraes, um designer 3D com o dom de trazer os mortos de volta à vida, digitalmente. Ele deu uma olhada no crânio e começou a trabalhar, esboçando e medindo, e depois processando tudo em um computador para recriar a forma, mantendo um olho atento em como um rosto real poderia se parecer em cima deste antigo crânio.

E o tijolo? Moraes não estava para deixar essa pedra sem ser virada. Ele criou uma réplica em isopor e se dedicou a testar. Esse tijolo poderia ter sido deliberadamente enfiado em sua boca sem deixar marca? Os experimentos disseram que sim, mas o júri ainda está deliberando se isso foi um movimento calculado ou apenas uma coincidência bizarra.

Essa história, com uma mistura de horror e um toque de ciência, foi exposta para todos verem nas páginas da OrtogOnline. Então, ela era uma vampira ou não? As evidências apontam em ambas as direções, deixando-nos a imaginar sobre os estranhos e assustadores caminhos do passado.

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