A idade de maior chance de ser infiel, segundo a ciência

por Lucas Rabello
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Um estudo da Universidade de New Hampshire revela tendências específicas de idade na infidelidade, descobrindo que os homens são mais propensos a procurar aventuras aos 55 anos, enquanto para as mulheres, a idade de pico é 45.

A pesquisa sugere que os incentivos para a infidelidade feminina diminuem após os 40 anos, à medida que o potencial para melhoria da qualidade genética por meio de um parceiro extraconjugal diminui. Por outro lado, embora os homens também vejam um declínio na qualidade do esperma por volta dos 45 anos, as vantagens reprodutivas das aventuras para eles se estendem mais ao longo de sua vida.

Em um estudo relacionado pela Universidade de Nova York, o foco estava em adultos que se aproximam do final de uma década em sua idade, como 29, 39, 49 e assim por diante. Realizada em 2016, esta pesquisa abrangeu seis experimentos destinados a entender as mudanças comportamentais associadas a essas idades.

Os resultados indicam uma preocupação aumentada com o envelhecimento e uma busca pelo significado da vida entre os participantes que se aproximam do início de uma nova década em suas vidas. Essa questionamento existencial, observa o estudo, pode levar a mudanças significativas na vida ou ações, incluindo a busca por aventuras, à medida que os indivíduos tentam abordar ou mitigar suas preocupações sobre o envelhecimento e a realização pessoal.

Além disso, o estudo da Universidade de New Hampshire destacou a classe social como um fator na infidelidade, com mulheres da classe alta sendo 8% mais propensas a se envolverem em relacionamentos extraconjugais em comparação com suas contrapartes das classes média e baixa. Esta distinção, no entanto, não foi observada entre os homens, cuja probabilidade de trair parecia consistente em diferentes estratos sociais.

A psicologia da traição

A traição, do ponto de vista psicológico, é um fenômeno complexo que envolve diversas dimensões emocionais, cognitivas e comportamentais. Pode ocorrer em diferentes contextos, como relacionamentos românticos, amizades, família e ambiente de trabalho. A traição gera um impacto profundo na saúde mental dos envolvidos, afetando tanto quem é traído quanto quem trai.

Do ponto de vista de quem é traído, a experiência pode desencadear uma série de reações emocionais intensas, como raiva, tristeza, choque e incredulidade. A traição pode abalar profundamente a confiança e a segurança emocional, levando a sentimentos de rejeição e diminuição da autoestima. Em muitos casos, a traição também provoca um intenso sofrimento psicológico que pode culminar em transtornos como depressão, ansiedade e estresse pós-traumático.

A confiança é um dos pilares fundamentais das relações humanas. Quando essa confiança é quebrada, o processo de recuperação pode ser longo e doloroso. O indivíduo traído pode enfrentar dificuldades em confiar novamente, não apenas na pessoa que o traiu, mas também em outras pessoas, afetando futuros relacionamentos.

Para quem trai, o impacto psicológico pode variar amplamente. Em alguns casos, a pessoa pode sentir culpa, vergonha e remorso, o que pode levar a um conflito interno significativo. A dissonância cognitiva, que é o desconforto psicológico decorrente da incongruência entre as ações e os valores pessoais, é comum em traidores que ainda possuem uma consciência moral ativa.

Por outro lado, há situações em que a traição é racionalizada ou justificada pelo traidor, que pode minimizar o impacto de suas ações ou culpar fatores externos. Essa racionalização pode ser uma defesa psicológica para lidar com a culpa e a vergonha associadas ao ato.

A dinâmica da traição também pode ser entendida através de teorias da psicologia social, como a Teoria do Apego e a Teoria do Equilíbrio. A Teoria do Apego sugere que pessoas com estilos de apego inseguros (ansioso ou evitativo) são mais propensas a trair ou serem traídas devido à instabilidade emocional e à dificuldade em manter relacionamentos seguros. Já a Teoria do Equilíbrio explora como a traição pode ser uma forma de restaurar um sentido de equilíbrio ou justiça percebida em um relacionamento desigual.

A traição não ocorre em um vácuo; ela é frequentemente o resultado de múltiplos fatores, incluindo insatisfação emocional, busca por validação externa, necessidade de excitação ou simplesmente a oportunidade. A comunicação deficiente e a falta de intimidade emocional são fatores que frequentemente precedem a traição em relacionamentos românticos.

Para lidar com as consequências da traição, muitas vezes é necessário um suporte psicológico profissional. Terapia individual pode ajudar o indivíduo a processar e curar as feridas emocionais, enquanto a terapia de casal pode ser útil para reconstruir a confiança e a comunicação em relacionamentos afetados.

Lucas Rabello
Lucas Rabello

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.

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