Mark Zuckerberg, o co-fundador do Facebook (agora Meta), sempre foi conhecido por sua intensa dedicação à missão de sua empresa e seu estilo de liderança, por vezes controverso. Um incidente revelador de 2010, cujos detalhes só recentemente vieram à tona, lança luz sobre como ele lidou com vazamentos internos e manteve o controle da narrativa da empresa.
Em 2010, Zuckerberg estava no auge do sucesso. Com apenas 25 anos, ele havia sido nomeado Pessoa do Ano pela revista Time e reconhecido pela Forbes como o bilionário mais jovem do mundo. No entanto, nos bastidores, ele estava lidando com uma situação que ameaçava minar os planos estratégicos e as parcerias da empresa.
O incidente começou quando o TechCrunch, um popular site de notícias de tecnologia, publicou um artigo alegando que o Facebook estava secretamente desenvolvendo seu próprio telefone celular. Esta notícia surpreendeu muitos, incluindo os potenciais parceiros do Facebook na indústria móvel. O problema era que, segundo Zuckerberg, a história não era verdadeira.
Furioso com o vazamento e a subsequente desinformação, Zuckerberg enviou um e-mail para toda a empresa com o ominoso título “Por Favor, Demitam-se”. Neste e-mail, que ressurgiu online em 2022, Zuckerberg não poupou palavras sobre sua decepção e frustração.
Ele escreveu: “Muitos de vocês viram a história do TechCrunch no fim de semana alegando que estamos construindo um telefone celular. Não estamos construindo um telefone e falei longamente no Q&A na sexta-feira sobre o que estamos realmente fazendo—construindo maneiras de tornar todos os telefones e aplicativos mais sociais.”
Zuckerberg continuou a expressar sua raiva com o vazamento em si, independentemente de sua precisão. Ele afirmou: “O fato de a história ser imprecisa não torna isso melhor. Tive que gastar pessoalmente muito tempo nos últimos dias—assim como muitas outras pessoas—limpando a bagunça causada por esta confusão.”
O jovem CEO estava particularmente preocupado com o impacto que este vazamento poderia ter nas relações do Facebook com as empresas de telefonia móvel. Ele explicou: “Mesmo agora, estamos em uma posição mais precária com empresas no espaço móvel que deveriam ser nossos parceiros, porque agora elas acham que somos concorrentes.”
Em uma atitude que alguns poderiam considerar extrema, Zuckerberg emitiu um ultimato à pessoa responsável pelo vazamento. Ele escreveu: “Se você acredita que é apropriado vazar informações internas, você deve sair.” Ele foi ainda mais longe, ameaçando que, se o responsável pelo vazamento não “se demitisse imediatamente”, ele “certamente descobriria” quem era.
Esta postura rígida em relação aos vazamentos era justificada, na visão de Zuckerberg, pelo compromisso do Facebook com a abertura e transparência. Ele argumentou que manter a confidencialidade internamente era crucial para preservar uma cultura aberta. “Se não fizermos isso, prejudicamos todos que estão trabalhando arduamente para mudar o mundo,” escreveu ele.
Vale notar que este e-mail foi enviado quando o Facebook ainda era uma empresa relativamente jovem, enfrentando intensa competição e escrutínio. A pressão para manter uma vantagem competitiva e proteger informações estratégicas era provavelmente intensa.
Desde este incidente, o Facebook cresceu e se tornou uma das maiores e mais influentes empresas do mundo, rebatizando-se como Meta em 2021. O estilo de liderança de Zuckerberg evoluiu ao longo dos anos, mas seu foco intenso na missão da empresa e sua disposição para tomar decisões difíceis permanecem consistentes.