Zelensky apareceu em uma reunião com Trump na Casa Branca usando terno pela primeira vez

por Lucas Rabello
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Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, voltou à Casa Branca em setembro para um encontro crucial com o presidente americano Donald Trump. Mas desta vez, sua roupa foi tão comentada quanto a agenda política. O contraste com sua visita anterior, em fevereiro, foi marcante.

Em fevereiro, Zelensky chegou usando seu habitual traje militar. A escolha, símbolo da resistência ucraniana em plena guerra, gerou comentários pouco elogiosos. O próprio Trump fez uma piada para a imprensa na ocasião. Um repórter, Brian Glenn, chegou a questionar publicamente se Zelensky “tinha algum terno”.

Setembro trouxe uma transformação. Zelensky optou por um visual formal: um terno preto completo e camisa preta, sem gravata. Não era qualquer terno. Era o mesmo que usou numa cúpula da OTAN em junho, sua primeira aparição com um paletó de estilo empresarial desde o início da invasão russa em grande escala em 2022.

A mudança não passou despercebida. O mesmo repórter Brian Glenn, presente na sala, fez questão de elogiar: “Primeiro, presidente Zelensky, você está fabuloso nesse terno. Você está ótimo”. Trump, com bom humor, lembrou Zelensky que Glenn havia sido o crítico anterior. Zelensky respondeu com um sorriso de cumplicidade e devolveu a brincadeira: “Eu mudei, você não”, provocando risadas na sala, inclusive de Trump.

A preocupação com o visual de Zelensky foi além dos jornalistas. Fontes revelaram que a própria Casa Branca consultou oficiais ucranianos antes do encontro sobre se Zelensky usaria um terno. Um conselheiro de Trump chegou a brincar que seria “um bom sinal para a paz” se ele se aprumasse, embora não esperassem que ele usasse uma gravata.

A reunião de fevereiro havia sido tensa, quase chegando a um bate-boca. Desta vez, a expectativa era de um clima mais suave. Conselheiros de Trump indicaram que Zelensky evitaria táticas como mostrar fotos de crianças mortas, que irritaram o presidente americano antes. Eles afirmaram que Zelensky aprendera a “guardar irritações e seguir em frente”.

O resultado pareceu confirmar as expectativas. Ao final do encontro, Zelensky declarou aos repórteres que a conversa bilateral com Trump foi “muito boa”. Ele foi além, convidando formalmente Trump para participar de futuras negociações de paz. Zelensky expressou que ficaria “feliz” se o presidente americano se juntasse a conversas trilaterais envolvendo também o presidente russo, Vladimir Putin. Trump já manifestara interesse nesse tipo de mediação.

Zelensky mostrou-se otimista sobre o processo de paz: “Acho que quando montarmos isso, quando fizermos – acho que é uma questão de quando, não de se – acho que você verá alguns movimentos realmente muito positivos”. Ele também informou que conversaria com Putin ainda naquele dia, após uma reunião mais ampla com outros líderes europeus.

Essa reunião paralela incluía figuras como o primeiro-ministro britânico Keir Starmer e o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte. Os temas centrais eram complexos: “possíveis trocas de território” e garantias de segurança duradouras para a Ucrânia. Sobre estas últimas, Trump deixou uma porta aberta, afirmando que o envio de tropas americanas à Ucrânia não estava descartado como parte de um pacote de garantias. Ele confirmou que o tema seria discutido com os líderes presentes.

A visita de setembro marcou, portanto, não apenas uma evolução no guarda-roupa diplomático de Zelensky, mas também um possível degelo nas relações com Trump e um passo em direção a negociações de paz mais concretas, embora desafiantes.

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.
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