YouTubers mergulham com equipamento de mergulho caseiro sob unidade radioativa de ChernobylYouTubers mergulham com equipamento de mergulho caseiro sob unidade radioativa de Chernobyl

por Lucas Rabello
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Em um feito sem precedentes de exploração urbana que levanta questões sobre segurança e limites científicos, um grupo de YouTubers documentou seu perigoso mergulho sob a infame usina de Chernobyl. A exploração, publicada pelo canal Kreosan English em 2021, mostra o grupo aventurando-se nos canais inundados sob o Reator Número Quatro, local do catastrófico desastre nuclear de 1986.

Os mergulhadores criaram seu próprio equipamento de mergulho, moldando um capacete a partir de vidro temperado espesso que lembra algo saído de um filme de ficção científica vintage. O aparelho de respiração improvisado consistia em tubos de bomba de barco presos com fita adesiva, enquanto a proteção térmica vinha na forma de um traje de mergulho improvisado, criado enrolando o corpo do mergulhador com filme plástico.

“Não consigo ver nada”, relatou o mergulhador durante sua primeira descida nas águas turvas. A equipe de exploração prendeu 20 quilos de peso ao mergulhador e equipou-o com uma câmera presa à cabeça para documentar a jornada. Apesar de carregar uma lanterna, a visibilidade permaneceu extremamente limitada na água turva.

O mergulhador descreveu uma experiência de outro mundo, observando a presença de animais não identificados no fundo e comparando a sensação a estar no espaço. “A água é lamacenta”, explicou após emergir de seu mergulho inicial. Uma segunda tentativa com pesos adicionais foi interrompida quando a água começou a infiltrar-se no capacete de vidro, forçando um retorno imediato à superfície.

Apesar dos desafios do mergulho, o explorador observou que sua proteção térmica improvisada funcionou surpreendentemente bem nas águas frias sob a usina. No entanto, a visibilidade limitada impediu quaisquer observações significativas da estrutura submersa.

Após a exploração, o grupo passou por exames médicos para verificar a exposição à radiação. A leitura mais alta entre os membros da equipe chegou a 590, embora a equipe médica tenha indicado que este não era um nível preocupante. “É perigoso quando chega a um, mas temos uma referência de 0,1”, explicou a enfermeira responsável, que recomendou testes de sangue adicionais para monitorar a saúde deles.

O mergulho ocorreu no que permanece o local mais radioativo da Terra, dentro da Zona de Exclusão de Chernobyl. Esta área restrita, estabelecida após o desastre de 1986, continua em grande parte desabitada devido aos níveis perigosos de radiação residual. A exploração do grupo na estrutura inundada e labiríntica sob a unidade de energia representa uma das poucas tentativas documentadas de investigar esses espaços submersos, embora o valor científico de tais expedições amadoras permaneça questionável, dados os riscos de segurança e as limitações dos equipamentos.

Os desafios enfrentados pela equipe de mergulho, desde as limitações do equipamento até a má visibilidade, destacam as dificuldades técnicas de explorar tais ambientes, enquanto seus exames médicos subsequentes ressaltam as considerações contínuas de saúde associadas à entrada na zona de exclusão.

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.