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Xin Zhui: O mistério da múmia mais bem preservada da história

Lucas R.

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Xin Zhui
Quando a encontraram a Múmia de Xin Zhui (Lady Dai), o cabelo estava intacto, a pele estava macia ao toque e suas veias ainda tinham sangue.

Xin Zhui faleceu em 163 aC. Em 1971, descobriram-na com seu cabelo intacto, sua pele macia ao toque e suas veias ainda contendo sangue do tipo A.

Com mais de 2.000 anos, Xin Zhui, também conhecida como Lady Dai, é uma mulher mumificada da dinastia Han da China (206 aC-220 dC) que mantém seu cabelo, tem pele macia ao toque, ligamentos que ainda se dobram, e até mesmo órgãos e sangue preservados. Reconhecem-na amplamente como a múmia mais bem preservada da história.

A descoberta de Xin Zhui ocorreu em 1971, quando trabalhadores que cavavam perto de um abrigo antiaéreo perto de Changsha tropeçaram em sua enorme tumba. Sua cripta em forma de funil continha mais de mil artefatos preciosos, incluindo maquiagem, artigos de higiene, centenas de peças de laca e 162 figuras de madeira esculpidas representando sua equipe de criados. Prepararam uma refeição para Xin Zhui apreciar na vida após a morte.

Embora a intrincada estrutura impressionasse, mantendo sua integridade quase 2.000 anos após sua construção, a condição física de Xin Zhui surpreendeu os pesquisadores.

Xin Zhui
Wikimedia

Quando a desenterraram, os pesquisadores ficaram chocados ao descobrir que ela possuía a pele de uma pessoa viva, ainda suave ao toque, com umidade e elasticidade. Constataram que seu cabelo original ainda estava no lugar, inclusive na cabeça e no interior das narinas, bem como nas sobrancelhas e cílios.

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Os cientistas conseguiram realizar uma autópsia, durante a qual descobriram que o seu corpo de 2.000 anos de idade estava em condições semelhantes às de uma pessoa que tinha acabado de deixar o mundo.

A múmia de Lady Dai

No entanto, o contato do oxigênio no ar com o cadáver preservado de Xin Zhui comprometeu imediatamente sua preservação, desencadeando sua deterioração. Assim, as imagens atuais de Xin Zhui não refletem a incrível descoberta inicial.

Os pesquisadores, além disso, descobriram a integridade de todos os seus órgãos e a presença de sangue do tipo A em suas veias. Essas veias também exibiam coágulos, revelando sua causa oficial de morte: ataque cardíaco.

O corpo de Xin Zhui também apresentava uma série de outras doenças, incluindo cálculos biliares, colesterol alto, pressão alta e doença hepática.

Os patologistas encontraram 138 sementes de melão não digeridas no estômago e nos intestinos de Lady Dai ao examiná-la. Como normalmente essas sementes levam uma hora para digerir, seguramente ela comeu melão minutos antes do ataque cardíaco que causou sua morte.

Então, como a múmia de Xin Zhui foi tão bem preservada?

Lady Dai
O caixão de laca dentro do qual os restos de Lady Dai foram encontrados. Crédito da foto: Wikimedia

Os pesquisadores atribuem essa incrível preservação à tumba hermética e elaborada em que Lady Dai foi enterrada. Xin Zhui descansou a quase 12 metros de profundidade, colocada dentro do menor dos quatro caixões, cada um dentro do maior.

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Vinte camadas de tecido de seda envolviam ela, e encontraram seu corpo em 21 litros de um “líquido desconhecido” que, ao ser testado, se revelou ligeiramente ácido e continha vestígios de magnésio.

Uma espessa camada de solo semelhante a uma pasta cobria o chão. Carvão absorvente de umidade preenchia o ambiente, que estava selado com argila, mantendo tanto o oxigênio quanto as bactérias causadoras de deterioração afastadas. Quase 1 metro de argila selava o topo, impedindo a penetração de água na estrutura.

Embora tenhamos amplo conhecimento sobre o enterro e a morte de Xin Zhui, sabemos comparativamente pouco sobre sua vida.

Lady Dai era a esposa de um importante funcionário han, Li Cang (o Marquês de Dai), e morreu aos 50 anos de idade. Acredita-se que sua morte por parada cardíaca tenha sido consequência de uma vida de obesidade, sedentarismo e uma dieta opulenta e excessiva.

No entanto, seu corpo pode ser o cadáver mais bem preservado da história. Xin Zhui agora repousa no Museu da Província de Hunan e é um dos principais alvos para pesquisas na preservação de cadáveres. [AmusingPlanet, AllThatsInteresting]

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Editor-chefe do portal Mistérios do Mundo desde 2011. Adoro viajar, curtir uma boa música e leitura. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.