No dia 23 de novembro de 1996, o voo 961 da Ethiopian Airlines se tornou o centro de um terrível episódio que terminaria em tragédia. O que começou como uma viagem rotineira de Addis Ababa para Nairóbi se transformou em um pesadelo que ceifou 125 vidas e deixou o mundo em choque. Imagens recentemente divulgadas capturam os momentos finais deste voo infeliz, oferecendo um vislumbre assustador de um dos dias mais sombrios da aviação.
O vídeo, que começa de forma inocente com uma pessoa na praia, rapidamente muda para a visão angustiante de um avião de passageiros tentando um pouso de emergência na água, no Oceano Índico. Este foi o desfecho de um sequestro que havia começado apenas 20 minutos após a decolagem.
Três sequestradores, armados com o que afirmavam ser uma bomba, invadiram a cabine de comando. Testemunhas lembram de um deles gritando: “Todos devem ficar sentados, eu tenho uma bomba!” Armados com um machado de incêndio e um extintor, eles exigiram que o piloto mudasse a rota para a Austrália.
O que se seguiu foi um impasse tenso entre os sequestradores e a tripulação de voo. O piloto tentou desesperadamente argumentar com os agressores, explicando que o avião não tinha combustível suficiente para uma jornada tão longa. Ele sugeriu pousar em Mombasa, no Quênia, para reabastecer, mas os sequestradores recusaram, convencidos pelo que leram na revista de bordo, de que o avião poderia voar por 11 horas sem parar.
“Os sequestradores estavam determinados”, explica a especialista em aviação Dra. Sarah Thompson. “Eles entenderam mal as capacidades da aeronave, e nenhuma explicação do piloto conseguiu convencê-los. Foi um caso trágico de desinformação levando ao desastre.”
Enquanto a discussão prosseguia, o impensável aconteceu – o avião ficou sem combustível. Sem outra opção, o piloto tentou um pouso de emergência nas águas próximas às Ilhas Comores.
A caixa preta conseguiu capturar as palavras desafiadoras do piloto e suas tentativas contínuas de salvar as vidas daqueles a bordo. O piloto era o Capitão Leul Abate, de 42 anos, e ele até tentou emitir uma mensagem para acalmar aqueles a bordo. Ele disse: “Senhoras e senhores, aqui é o seu piloto, estamos sem combustível e estamos perdendo um motor neste momento, e esperamos um pouso de emergência, e isso é tudo que tenho a dizer. Já perdemos um motor, e peço a todos os passageiros que reajam… aos sequestradores…”
A aeronave atingiu um recife, quebrando-se no impacto. Das 175 pessoas a bordo, 125 faleceram, incluindo todos os seis tripulantes e os três sequestradores.
Notavelmente, alguns passageiros sobreviveram a esse calvário. Trinta e oito sofreram ferimentos graves, dois tiveram ferimentos leves e quatro saíram ilesos. Essa sobrevivência parcial marcou o voo 961 como a primeira vez em que uma aeronave desse tipo conseguiu realizar uma amaragem parcialmente bem-sucedida.
“O fato de alguém ter sobrevivido é um testemunho da habilidade dos pilotos e do design da aeronave”, diz o Capitão James Rodriguez, piloto veterano. “Em circunstâncias tão terríveis, cada decisão pode significar a diferença entre a vida e a morte.”
As imagens recentemente divulgadas servem como um lembrete claro da fragilidade da vida e das potenciais consequências da pirataria aérea. Elas reacenderam as discussões sobre a segurança nas companhias aéreas e a importância de informações precisas em situações de crise.