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Vírus de 15 mil anos é encontrado por cientistas em geleiras tibetanas

Luciana Calogeras

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Existe uma espécie de solo congelado, sobretudo nas regiões do Ártico, que é chamada de Permafrost ou também Pergelissolo – uma área coberta por uma camada de terra e detritos vegetais, que se mantém congelada às baixas temperaturas e se derrete nas altas temperaturas. 

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Essas áreas são verdadeiros parques de diversões para os cientistas, pois com o derretimento das geleiras já foi possível identificar diversos corpos de animais do passado praticamente intactos, além de microrganismos que voltaram à vida após anos de congelamento. 

Neste contexto, os pesquisadores da Universidade Estadual de Ohio, nos Estados Unidos, acabaram por identificar vários tipos de vírus em amostras que foram obtidas no Planalto do Tibete, na China.  

Neste local, as camadas de gelo se formaram por muitos anos, até atingirem quilômetros de espessura. Quando as camadas do Permafrost se formam, prendem tudo o que estiver na atmosfera, sejam gases, poeira ou microrganismos e os mantém preservados ao longo do tempo. No Planalto do Tibete, mais precisamente, os cientistas encontraram 33 tipos de vírus que ficaram retidos por cerca de 15 mil anos, há 6,7 quilômetros acima do nível do mar. 

De todos os 33 tipos de vírus descobertos, 28 são novos para ciência, de acordo com um estudo publicado na Microbiome. Alguns desses microrganismos são bacteriófagos, ou seja, capazes de infectar bactérias. Suas assinaturas genéticas também sugerem que eles são capazes de infectar células, inclusive em ambientes frios, o que os ajudaria a encontrar hospedeiros e prosperar em condições tão extremas. 

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 Os vírus achados no Permafrost estão relacionados com agentes infecciosos que parasitam cepas de Methylobacterium, bactérias comuns em solo ou plantas. E, apesar de encontrar evidências do passado ser algo excelente para o estudo da evolução da Terra, há também um grande problema: se as geleiras começarem a derreter e esses microrganismos serem liberados para o meio ambiente, a espécie humana pode estar em risco. 

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Luciana é profissional da área de tradução há mais de 15 anos, atuando também como professora de Inglês. Trabalha no Mistérios do Mundo desde 2016 como redatora e roteirista e em horas vagas é pesquisadora curiosa em diversas áreas do conhecimento.

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