Em um recente desdobramento, a Guarda Costeira dos EUA iniciou uma audiência de duas semanas para investigar a trágica implosão do submersível Titan da OceanGate, ocorrida no ano passado. O incidente, que resultou na morte de cinco pessoas, gerou intensa análise e levantou questões sobre os protocolos de segurança adotados pela empresa.
Como parte da investigação em andamento, a Guarda Costeira divulgou imagens dos destroços do submersível, capturadas em 22 de junho de 2023, a uma profundidade de 3.775 metros abaixo da superfície do mar. O vídeo revela o cone de cauda do Titan repousando no fundo do oceano, com sinais visíveis de danos causados pela implosão. O logotipo da OceanGate ainda é visível na lateral dos destroços, servindo como um lembrete marcante da expedição malfadada.
A audiência trouxe à tona novas informações, incluindo as últimas trocas de mensagens de texto entre a tripulação a bordo do Titan e a equipe de apoio no Polar Prince. A última comunicação da tripulação do submersível foi uma simples mensagem afirmando “tudo bem”, que agora carrega um significado perturbador à luz dos eventos subsequentes.
Entre as 24 testemunhas programadas para depor durante a audiência, estão dez ex-funcionários da OceanGate. Uma dessas testemunhas, David Lochridge, ex-diretor de operações da empresa, já prestou depoimento. Lochridge afirma que suasa preocupações sobre a segurança do Titan foram consistentemente ignoradas durante seu tempo na OceanGate. Ele declarou: “Fui muito vocal sobre isso e ainda sou”, referindo-se às suas tentativas de levantar questões de segurança dentro da empresa.
O depoimento de Lochridge lança luz sobre a dinâmica interna na OceanGate antes da tragédia. Ele alega que foi excluído das reuniões do conselho por temores de que expressaria suas preocupações, e acabou sendo demitido em 2018. Essa demissão levou a um processo judicial que já foi resolvido.
Espera-se que a audiência aprofunde os eventos que antecederam a descida final do submersível em 18 de junho de 2023. O Titan iniciou sua jornada para o local dos destroços do Titanic, na costa de Newfoundland, Canadá, transportando cinco passageiros: o CEO da OceanGate, Stockton Rush, o bilionário britânico Hamish Harding, o especialista em Titanic Paul-Henri Nargeolet, e o bilionário britânico-paquistanês Shahzada Dawood junto com seu filho Suleman.
Aproximadamente uma hora e 45 minutos após o início da descida, o navio de apoio Polar Prince perdeu contato com o Titan. A operação de busca subsequente, lançada pela Guarda Costeira dos EUA, inicialmente trouxe uma centelha de esperança quando as equipes de sonar detectaram “ruídos de batidas” em 21 de junho. No entanto, essas esperanças foram frustradas quando foi confirmado que o Titan havia sofrido uma implosão catastrófica.
À medida que a audiência avança, espera-se que forneça mais insights sobre as falhas técnicas, os processos de tomada de decisão e as possíveis negligências que contribuíram para este evento trágico. As conclusões podem ter implicações de longo alcance para o futuro da exploração em águas profundas e para a regulamentação das operações de submersíveis privados.
