Na tarde de sexta-feira, 17 de fevereiro, um voo da Delta Air Lines passou por uma situação dramática ao tentar pousar no Aeroporto Internacional Pearson, em Toronto, no Canadá. O voo 4819, que partiu de Minneapolis, nos Estados Unidos, capotou durante a aterrissagem por volta das 15h30 (horário local), deixando os 76 passageiros e 4 tripulantes em uma cena de caos. Apesar do susto, todas as 80 pessoas a bordo foram evacuadas em segurança, embora pelo menos 18 tenham sido levadas a hospitais com ferimentos, três deles em estado crítico.
O acidente ocorreu durante a aproximação final na pista de Toronto. Testemunhas relataram que o avião, um Bombardier CRJ-900, tocou o solo de forma irregular, capotou e ficou de cabeça para baixo. Deborah Flint, CEO do Aeroporto Pearson, destacou em comunicado: “Estamos muito gratos por não haver mortes e pelos ferimentos relativamente leves”. A Delta Air Lines também emitiu uma nota reforçando que sua prioridade era cuidar dos passageiros e colaboradores afetados.
Clearist footage showing the crash moment of Delta – Endevoir Air CRJ-900 Flight DL4819 from Minneapolis (MSP) to Toronto (YYZ) with registration N932XJ.
We will share the reports as soon as available. pic.twitter.com/4XRAdJt3c0— aircraftmaintenancengineer (@airmainengineer) February 18, 2025
Os relatos mais impactantes, porém, vieram dos próprios passageiros. Ashley Zook, uma das sobreviventes, compartilhou no Snapchat um vídeo gravado dentro da aeronave logo após o capotamento. Na gravação, ela aparece ainda presa ao assento, agora virado para baixo, com a legenda: “Meu avião caiu. Estou de cabeça para baixo”. No áudio, é possível ouvi-la exclamar: “Que p***!”. Minutos depois, já fora do avião, ela registrou imagens do aparelho destruído, comentando: “Acabei de estar em um acidente aéreo. Meu Deus!”. O vídeo foi amplamente compartilhado, inclusive pela rede CBC.
Outro passageiro, John Nelson, usou o Facebook para documentar o momento. Em um vídeo, ele mostra a cena externa: o avião de cabeça para baixo, bombeiros em ação e passageiros aglomerados a uma distância segura. “O avião caiu, capotou, mas a maioria das pessoas está bem. Estamos todos saindo, há um pouco de fumaça”, narra ele, mantendo a calma aparente.
As equipes de emergência agiram rapidamente, retirando todos os ocupantes em menos de 20 minutos. A companhia médica Ornge, responsável pelo transporte dos feridos, confirmou que três pacientes foram classificados como críticos. Os demais apresentavam fraturas, cortes e hematomas, mas sem risco de vida.
O Conselho de Segurança dos Transportes do Canadá (TSB) assumiu a investigação do acidente, com apoio do National Transportation Safety Board (NTSB) dos Estados Unidos. A FAA, agência de aviação norte-americana, ressaltou que todas as informações sobre as causas do acidente serão divulgadas exclusivamente pelo TSB, seguindo protocolos internacionais.
Enquanto as autoridades trabalham para entender as causas do incidente — que podem incluir condições climáticas, falha técnica ou erro humano —, os relatos dos passageiros continuam a chamar atenção. As imagens compartilhadas mostram assentos arrancados, bagagens espalhadas e partes da fuselagem danificadas, evidenciando a violência do impacto. Ainda assim, a rapidez da evacuação e a ausência de mortes são vistas como um marco positivo na aviação.
O Bombardier CRJ-900 envolvido no acidente é um modelo regional comum em voos de média distância, com capacidade para até 90 passageiros. A Delta opera dezenas dessas aeronaves em rotas domésticas e internacionais. Até que a investigação seja concluída, a companhia não divulgou detalhes sobre possíveis mudanças operacionais. Enquanto isso, os passageiros do voo 4819 seguem processando a experiência de ter sobrevivido a um dos cenários mais temidos por qualquer viajante.
