Fazer previsões precisas sobre o futuro não é uma tarefa fácil, mas algumas pessoas têm talento para isso. Pegue Sir Arthur Charles Clarke, por exemplo. Este escritor britânico de ficção científica, conhecido por seu trabalho em 2001: Uma Odisseia no Espaço, não estava apenas contando histórias. Ele estava fazendo previsões incrivelmente precisas nos anos 1960. É quase assustador quantas delas se tornaram realidade.
Em um episódio de 1964 do programa Horizon da BBC, intitulado “A Explosão do Conhecimento”, Clarke expôs sua visão para o ano 2000. Ele afirmou com confiança: “A única coisa de que podemos ter certeza sobre o futuro é que ele será absolutamente fantástico.” E ele estava certo. Clarke imaginou um mundo onde a comunicação instantânea com qualquer pessoa, em qualquer lugar, seria uma realidade. Soa familiar? Hoje, enviamos mensagens de texto, ligamos e fazemos videochamadas com pessoas do outro lado do mundo sem pensar duas vezes.
Mas Clarke não parou por aí. Ele previu um mundo onde a localização não importaria para o trabalho. Ele disse: “Será possível – talvez apenas 50 anos a partir de agora – que um homem conduza seus negócios de Taiti ou Bali tão bem quanto poderia fazê-lo de Londres.” Avance para hoje, e o trabalho remoto é a norma. Temos nômades digitais trabalhando de cafés à beira-mar e retiros nas montanhas, provando que a visão de Clarke estava certa.
Clarke até mencionou o potencial da telemedicina, sugerindo que “um dia poderemos ter cirurgiões cerebrais em Edimburgo operando em pacientes na Nova Zelândia.” Esta previsão é muito próxima da nossa realidade com os avanços em cirurgias remotas e telemedicina. Hoje, cirurgiões usam sistemas robóticos para realizar operações a quilômetros de distância, trazendo cuidados médicos de alta qualidade para locais remotos.
A inteligência artificial foi outra área que Clarke explorou corajosamente. Ele previu um futuro onde as máquinas superariam os humanos em inteligência, dizendo: “Os habitantes mais inteligentes desse mundo futuro não serão homens nem macacos. Serão máquinas.” Hoje, a IA está integrada em nossas vidas, desde assistentes inteligentes como Siri e Alexa até algoritmos avançados que preveem nossos hábitos de consumo.
Ele não se intimidou com o aumento das máquinas inteligentes. “Nós superamos os Cro-Magnons e os Neandertais e presumimos que somos uma melhoria,” comentou Clarke. Ele via a evolução da inteligência — dos humanos para as máquinas — como uma progressão natural. Hoje, estamos testemunhando essa mudança à medida que a IA se torna mais sofisticada, assumindo tarefas que antes pensávamos exigir um toque humano.
A visão de Clarke para o futuro era “infinitamente fascinante,” e ele sabia que, apesar de nossos melhores esforços, “nunca o adivinharemos completamente.” Suas previsões de mais de meio século atrás se entrelaçaram no tecido de nossas vidas modernas. Embora ele não tenha acertado tudo, as percepções de Clarke oferecem um vislumbre das incríveis possibilidades que nos aguardam.
1 comentário
1960? Em 1944 Arthur Clarke publicou um artigo técnico na prestigiada revista britânica WIRELESS WORLD com informações precisas sobre o uso de um satélite artificial geoestacionário para comunicações globais e não foi levado a sério, até porque não havia foguetes para levar o dispositivo até o ponto certo no espaço. Mais tarde ele escreveu o romance de ficção científica AS FONTES DO PARAÍSO. Um Gênio.