Em 7 de fevereiro, um vazamento na usina nuclear de Fukushima, no Japão, resultou no derramamento de aproximadamente 5,5 toneladas de água radioativa. Este incidente ocorreu durante trabalhos de manutenção de rotina, quando válvulas foram deixadas abertas inadvertidamente. A água vazada, detectada em uma área designada para o processamento de água contaminada, contém 22 bilhões de becqueréis de radioatividade. Apesar da quantidade significativa de material radioativo liberado, a Tokyo Electric Power Company (TEPCO), entidade responsável pelas operações da planta, informou que não foram detectadas alterações nos níveis de radioatividade nos postos de monitoramento ao redor da instalação ou nos canais de água dentro das dependências da planta.
Este evento soma-se à série de desafios enfrentados pela usina de Fukushima desde o catastrófico tsunami em março de 2011, que levou ao superaquecimento e subsequente explosão dos reatores nucleares da planta. O desastre resultou em ampla contaminação radioativa e na perda de 18.000 vidas, marcando um dos piores cataclismos nucleares da história. Apesar da gravidade da situação, as autoridades japonesas asseguraram que não há evidências de contaminação ambiental fora da planta após o vazamento recente.
Em agosto do ano anterior, o governo japonês iniciou o processo de descarga de água radioativa tratada da usina de Fukushima no Oceano Pacífico, decisão esta que foi recebida com amplos protestos. A descarga, aprovada pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), envolve a liberação de até 500.000 litros de água tratada diariamente por meio de um duto submarino de um quilômetro de comprimento. Embora a água tenha sido tratada para remover a maioria das substâncias radioativas, a tecnologia para eliminar o trítio, um isótopo radioativo do hidrogênio, ainda não foi desenvolvida. Oficiais japoneses mantêm que a água será significativamente diluída e a liberação será estendida por várias décadas para mitigar quaisquer riscos potenciais.
A decisão de liberar a água tratada gerou preocupações entre os residentes dos países vizinhos e as comunidades pesqueiras locais, que temem o impacto na vida marinha e na saúde pública. A China, em particular, expressou forte oposição ao plano, resultando em uma restrição às importações de produtos japoneses devido a preocupações com contaminação. Isso teve um efeito tangível no comércio, com uma diminuição de 30% nas compras de frutos do mar da China provenientes do Japão.
Em uma tentativa de aliviar a preocupação pública, o Primeiro Ministro japonês Fumio Kishida apareceu em um vídeo em agosto passado, consumindo peixe capturado na costa de Fukushima, atestando sua segurança e qualidade. Além disso, a TEPCO divulgou um incidente de final de outubro do ano anterior, onde dois trabalhadores da planta foram hospitalizados após exposição à água radioativa devido a um contratempo com uma mangueira de drenagem. Os trabalhadores, felizmente, não sofreram ferimentos, e a TEPCO desde então anunciou medidas para aumentar a segurança operacional.
Fonte: Tiempo