Um par de gêmeos idênticos seguiu dietas diferentes – uma vegana e outra baseada em carne – para analisar como isso impactaria seus corpos

Um experimento científico fascinante realizado pelo King’s College London, em 2021, explorou os efeitos de dietas contrastantes em gêmeos idênticos, Hugo e Ross Turner. O estudo, documentado pela BBC, durou 12 semanas e comparou os impactos de uma dieta baseada em plantas, adotada por Hugo, com uma dieta que incluía carne, peixe e laticínios, seguida por Ross.

Para garantir condições controladas, ambos consumiram a mesma quantidade de calorias por dia e seguiram a mesma rotina de exercícios. Durante o experimento, Hugo relatou desafios ao se adaptar ao estilo de vida vegano. “Eu estava na dieta vegana, e realmente isso impacta o seu corpo”, contou ele. “Acho que nas primeiras semanas eu sentia muita vontade de comer carne, laticínios e queijo. Eu amo queijo.”

Um dos gêmeos seguiu uma dieta vegana, enquanto o outro adotou uma dieta onívora. (Instagram/@theturnertwiins)

A transição de Hugo para a dieta baseada em plantas envolveu o aumento do consumo de frutas, nozes e alternativas aos laticínios. Essa mudança resultou em níveis de açúcar no sangue mais estáveis ao longo do dia, o que o levou a relatar um aumento nos níveis de energia. “Agora eu tinha que comer frutas, nozes e alternativas que não continham laticínios – e isso significava que eu estava comendo alimentos mais saudáveis, o que mantinha meus níveis de açúcar mais estáveis ao longo do dia”, explicou Hugo. “Eu sentia que tinha mais energia.”

Por outro lado, a experiência de Ross com a dieta que incluía carne foi mais variável. “Eu frequentemente me sentia muito energético, mas às vezes tinha quedas enormes de energia”, observou ele. Ross também notou a alta presença de alimentos processados em sua dieta ao compará-la com as refeições veganas de Hugo.

O estudo revelou várias mudanças fisiológicas em ambos os participantes. No caso de Hugo, seu peso inicial de 84 kg (185 libras) reduziu para 82 kg (181 libras), e seu percentual de gordura corporal caiu de 13% para 12%. Além disso, seus níveis de colesterol tiveram uma melhora significativa, e ele aumentou sua resistência ao diabetes tipo 2. No entanto, a diversidade de bactérias no seu intestino diminuiu substancialmente, o que pode afetar a resiliência de seu sistema imunológico.

“Não houve uma ‘grande diferença’.” (BBC)

Já Ross apresentou tendências diferentes. Partindo do mesmo percentual de gordura corporal de 13%, ele terminou o período de 12 semanas com 15% de gordura corporal, enquanto seu peso subiu para 86 kg (189 libras). Esse aumento incluiu 4,5 kg (10 libras) de massa muscular.

Embora o estudo tenha revelado distinções entre as duas abordagens dietéticas, os resultados não foram drasticamente diferentes. Cada dieta demonstrou vantagens e desvantagens específicas: Hugo experimentou níveis de colesterol mais baixos e energia consistente, enquanto Ross ganhou massa muscular significativa, mas teve flutuações nos níveis de energia.

Este experimento controlado, utilizando gêmeos idênticos como sujeitos, oferece insights valiosos sobre como diferentes escolhas alimentares afetam a saúde física, os níveis de energia e a composição corporal. Os resultados sugerem que tanto dietas baseadas em plantas quanto onívoras podem promover a saúde física quando bem planejadas, cada uma com impactos fisiológicos distintos.