O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou recentemente uma decisão que está gerando muita discussão no cenário internacional. Ele informou que qualquer país alinhado às políticas consideradas “antiamericanas” da aliança dos Brics receberá uma tarifa extra de 10% sobre suas exportações para os Estados Unidos.
O grupo Brics, composto originalmente por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, expandiu-se recentemente para incluir também Egito, Etiópia, Indonésia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. Com isso, representa agora mais da metade da população mundial.
Trump já deixou claro, por diversas vezes, sua oposição às políticas promovidas pelos Brics, especialmente aquelas que desafiam diretamente os interesses econômicos dos EUA. Em suas redes sociais, ele reforçou que não haverá exceções na aplicação dessa nova tarifa, aumentando a pressão sobre os países membros e aqueles que se aproximarem deles.
Inicialmente, a data para a aplicação das tarifas seria 9 de julho, mas recentemente houve um anúncio indicando que a medida começará a valer a partir de 1º de agosto. No entanto, existem algumas divergências internas no governo americano quanto a esta data específica. O Secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, confirmou que as tarifas entrarão em vigor em agosto, enquanto o Secretário do Tesouro, Scott Bessent, negou que esta data represente um novo prazo oficial.
A cúpula dos Brics de 2025 aconteceu no Rio de Janeiro
Desde o início de seu mandato, Trump vem adotando uma postura dura em relação às importações de outros países, defendendo que tarifas adicionais são necessárias para proteger a indústria americana e garantir empregos internos. Anteriormente, ele já havia ameaçado aplicar tarifas ainda mais altas caso os Brics adotassem uma moeda própria para competir diretamente com o dólar americano.
Em reação à nova política tarifária dos Estados Unidos, os líderes do bloco Brics reuniram-se recentemente em uma cúpula realizada no Rio de Janeiro. Durante o encontro, eles criticaram fortemente a decisão de Trump, afirmando que tarifas adicionais representam um risco significativo para a economia global, aumentando a incerteza e prejudicando o comércio internacional.
Além disso, os países membros dos Brics aproveitaram a ocasião para pedir reformas urgentes no Fundo Monetário Internacional (FMI), além de promoverem o fortalecimento de suas próprias moedas nacionais, reduzindo assim a dependência do dólar americano nas transações internacionais. Essa postura claramente desafia a influência econômica tradicional exercida pelos Estados Unidos e Europa Ocidental.
Durante o evento, que contou com a presença virtual do presidente russo Vladimir Putin e do primeiro-ministro chinês Li Qiang (representando o presidente Xi Jinping), também foram discutidas questões de segurança internacional. Os Brics condenaram abertamente os recentes ataques militares promovidos por Israel e Estados Unidos contra instalações no Irã, afirmando serem violações do direito internacional.
Especialistas destacam que a decisão americana pode gerar impactos complexos e desafios práticos, especialmente devido ao papel central que a China desempenha na economia global, sendo líder em áreas estratégicas como veículos elétricos, baterias e terras raras. Assim, a aplicação dessas tarifas por Trump poderá redefinir significativamente o panorama comercial mundial nos próximos meses.