Em um recente desastre marítimo no Lago Kivu, na República Democrática do Congo, uma balsa virou, resultando em uma significativa perda de vidas. O incidente ocorreu quando a embarcação, MV Merdy, se aproximava do porto de Kituku, perto de Goma. O barco, que havia partido de Minova, estava transportando muito mais passageiros do que sua capacidade permitia.
Testemunhas no local descreveram os momentos angustiantes quando a balsa sobrecarregada começou a perder o equilíbrio e afundar no lago. Francine Munyi, que estava presente no porto, relatou: “Vi o barco chegando de Minova, cheio de passageiros. Ele começou a perder o equilíbrio e afundou no lago. Algumas pessoas se jogaram na água.”
A tragédia foi agravada por vários fatores, incluindo a superlotação severa e condições meteorológicas adversas. Bahati Selemani, um trabalhador do cais, observou: “Notamos que o barco estava muito sobrecarregado e havia também ondas fortes. Depois disso, o barco começou a virar aos poucos.”
O governador Jean Jacques Purisi, da província de Kivu do Sul, no Congo, forneceu atualizações sobre a situação, afirmando que o número de mortos chegou a 78, com expectativas de que esse número possa aumentar. “Levará pelo menos três dias para obter os números exatos, porque nem todos os corpos foram encontrados ainda”, explicou.
O governador também destacou a ausência de equipamentos de segurança cruciais a bordo, observando que o navio não tinha coletes salva-vidas. Essa falta de medidas básicas de segurança, combinada com a superlotação e uma forte tempestade que atingiu o lago anteriormente, contribuiu para o alto número de vítimas.
Os sobreviventes relataram que a balsa, que estava transportando 278 passageiros, foi projetada para acomodar cerca de 80 pessoas. Essa sobrecarga significativa provavelmente desempenhou um papel importante na instabilidade da embarcação e no seu capotamento final.
Em resposta ao desastre, o governador Purisi anunciou planos para investigar o incidente e implementar medidas para evitar tragédias futuras. “Vamos estabelecer responsabilidades e implementar um regime de sanções, além de recomendações para melhorar a navegação no lago”, afirmou.
Enquanto os esforços de resgate continuam, a extensão total da tragédia ainda está se desenrolando. O incidente gerou discussões sobre regulamentos de segurança marítima e a necessidade de uma aplicação mais rigorosa dos limites de passageiros em embarcações que operam nos lagos da região.