Em um caso peculiar que intrigou investigadores por anos, o desaparecimento de Larry Ely Murillo-Moncada foi finalmente resolvido em janeiro de 2019, quando seus restos mortais foram encontrados em um local inesperado: o supermercado onde ele trabalhava.
Em 28 de novembro de 2009, o jovem de 25 anos desapareceu depois de sair de casa, em Council Bluffs, Iowa, em um estado de agitação. Segundo o então capitão da polícia Todd Weddum, os pais de Larry relataram que ele estava apresentando comportamentos irracionais, possivelmente como efeito colateral de medicamentos que ele estava tomando na época.
A investigação inicial sobre o desaparecimento foi extensa. As autoridades trabalharam em conjunto com centros de detenção e a agência de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE), mas nenhuma pista foi encontrada. Durante quase uma década, o paradeiro de Larry permaneceu um mistério, deixando sua família sem respostas.
O caso teve um desfecho inesperado durante a demolição do antigo supermercado No Frills, em Council Bluffs. Trabalhadores que desmontavam prateleiras e refrigeradores fizeram uma descoberta chocante ao encontrar restos humanos em um espaço de 45 centímetros entre um refrigerador e a parede. A identificação do corpo foi confirmada por meio de testes de DNA realizados com os pais de Larry.
A investigação revelou que os funcionários do supermercado tinham o costume de subir nos refrigeradores para tirar pausas informais durante os turnos. Acredita-se que Larry tenha acessado esse espaço, mas caiu acidentalmente no estreito vão atrás dos equipamentos. O constante ruído dos compressores dos refrigeradores pode ter abafado qualquer pedido de socorro, como sugeriu o capitão Weddum.
As roupas encontradas no corpo correspondiam às que Larry usava no dia em que desapareceu, em 2009. Sua mãe sempre manteve a crença de que o filho nunca havia saído do supermercado No Frills, embora a razão para essa convicção não seja clara. O sargento Brandon Danielson, do Departamento de Polícia de Council Bluffs, reconheceu o caráter inusitado do caso, observando que, embora casos de pessoas desaparecidas sejam comuns, encontrar alguém nessas circunstâncias era algo sem precedentes na região.
O supermercado encerrou suas operações em 2016, três anos antes da descoberta do corpo de Larry. A autópsia realizada após o achado não revelou sinais de trauma, levando as autoridades a classificarem a morte como acidental. O caso se destaca como um dos mais incomuns em investigações de desaparecimentos, em que a resposta permaneceu escondida à vista de todos por quase uma década.
A descoberta trouxe um desfecho para um caso que permaneceu ativo por dez anos, mas também levantou questões sobre segurança no ambiente de trabalho e a importância de buscas mais detalhadas em investigações de pessoas desaparecidas.