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Touro alado de mais de 2.700 anos atrás é descoberto no Iraque

Lucas R.

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Touro alado de mais de 2.700 anos atrás é descoberto no Iraque
Descoberta arqueológica no Iraque revela Lamassu Assírio, uma escultura monumental com rica história e simbolismo cultural.

Imagine descobrir uma relíquia que tem histórias de civilizações antigas gravadas em sua essência. Pascal Butterlin, líder francês de uma escavação arqueológica, recentemente teve essa experiência incrível no Iraque. E não estamos falando de qualquer artefato. Trata-se de uma escultura de 18 toneladas, com impressionantes 3,8 por 3,9 metros. A reação de Butterlin foi de puro assombro, dizendo: “Nunca desenterrei algo tão grande em minha vida.” Vale ressaltar que descobertas colossais como essa normalmente são associadas a regiões como Egito ou Camboja. No entanto, lá estava ela, no Iraque.

Ao examinar os detalhes desta descoberta espetacular, a complexidade do artesanato é verdadeiramente surpreendente. Butterlin, que também é professor de arqueologia do Oriente Médio na prestigiada Universidade de Paris I Pantheon-Sorbonne, ficou profundamente impressionado, enfatizando: “A atenção aos detalhes é inacreditável.”

Mas qual é a história por trás dessa descoberta monumental?

Touro alado de mais de 2.700 anos atrás é descoberto no Iraque

Esta majestosa escultura outrora ficava à entrada da antiga cidade de Khorsabad. Localizada a uma curta distância ao norte da cidade moderna de Mosul – aproximadamente 15 quilômetros – a peça retrata o Lamassu. Para aqueles que não estão familiarizados com a antiga mitologia assíria, o Lamassu é uma divindade reverenciada que possui uma cabeça humana, o corpo robusto de um touro e as amplas asas de um pássaro. Não é apenas uma representação de habilidade artística; é um símbolo de significado cultural e religioso.

Rastreando suas origens, esta obra de arte foi encomendada durante o reinado do Rei Sargão II, que governou de 722 a 705 a.C. Historicamente, os governantes colocavam figuras como essa nos portões das cidades. Seu propósito? Servir como protetores e guardiões vigilantes.

Curiosamente, a existência deste Lamassu foi inicialmente mencionada no século XIX pelo arqueólogo francês Victor Place. No entanto, com o tempo, ele misteriosamente desapareceu dos registros públicos. Somente nos anos 90 essa relíquia ressurgiu. Infelizmente, foi durante este período que saqueadores, reconhecendo seu valor, audaciosamente pilharam a cabeça do Lamassu, cortando-a em pedaços para contrabando. Felizmente, a cabeça teve um desfecho positivo, sendo confiscada e abrigada com segurança no Museu do Iraque, em Bagdá.

Quanto ao restante da escultura, ela escapou por pouco de um destino sombrio durante os tempos turbulentos quando o grupo jihadista Estado Islâmico tomou a área em 2014. Graças aos proativos moradores da vila moderna de Khorsabad, a relíquia foi escondida e protegida. Eles garantiram sua preservação escondendo-a antes de buscar refúgio em território controlado pelo governo.

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Editor-chefe do portal Mistérios do Mundo desde 2011. Adoro viajar, curtir uma boa música e leitura. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.