Uma análise recente revelou uma queda significativa no valor de marca da Tesla, com uma redução de 15 bilhões de dólares, indicando uma tendência preocupante para o fabricante de veículos elétricos. De acordo com a Brand Finance, o valor da marca Tesla caiu para 43 bilhões de dólares, uma queda considerável em relação aos 58,3 bilhões no início de 2024 e 66,2 bilhões no começo de 2023.
O declínio ocorre em meio a diversos desafios enfrentados pela empresa. Em 2024, a Tesla protagonizou o maior recall da história do setor automotivo, afetando aproximadamente 5 milhões de veículos em todo o mundo. Além disso, um importante investidor vendeu 585 milhões de dólares em ações da empresa, enquanto críticas públicas se intensificaram sobre a qualidade de construção do Cybertruck.
O estudo detalhado da Brand Finance, que reuniu respostas de 175.000 entrevistados globalmente, incluindo 16.000 especificamente sobre a Tesla, revelou quedas em métricas cruciais. O CEO da Brand Finance, David Haigh, compartilhou sua visão: “Há pessoas que acham ele [Elon Musk] incrível, mas muitas que não. Se você está comprando veículos elétricos, a personalidade dele é altamente provável de impactar sua decisão de comprar ou não um carro da empresa dele, mas esse é apenas um dos muitos fatores.”
A pesquisa destacou tendências preocupantes particularmente na Europa, onde a consideração dos consumidores — ou seja, a intenção de comprar da marca — caiu de 21% para 16% entre 2024 e 2025. Nos Estados Unidos, embora a Tesla tenha mantido um forte índice de lealdade de 90% entre os clientes já existentes, sua pontuação de recomendação despencou de 8,2 para 4,3 (em uma escala de 10).
Olhando para o futuro, analistas têm opiniões mistas sobre o futuro da Tesla, especialmente em relação ao cenário político. Embora as ações da Tesla tenham subido 63% em 2024, atingindo valores recordes após a vitória de Donald Trump nas eleições, analistas do JPMorgan projetam possíveis desafios. Suas estimativas sugerem que cerca de 40% dos lucros da Tesla podem estar em risco durante o mandato de Trump, particularmente devido a propostas de eliminação de créditos fiscais e subsídios para veículos elétricos.
O analista do JPMorgan, Ryan Brinkman, expressou ceticismo em relação à posição da Tesla no mercado, afirmando: “A Tesla não nos parece no caminho para dominar a indústria automotiva global durante a transição para a eletrificação, que vemos apenas como o ponto de partida para a avaliação atual.”
Haigh enfatizou as possíveis implicações dessas tendências, apontando que as quedas nos índices da Tesla indicam uma influência de mercado enfraquecida, o que pode afetar tanto o volume de vendas quanto o poder de precificação. “A menos que a Tesla consiga lançar uma gama completa de novos produtos que realmente entusiasmem os consumidores, e a menos que consiga mitigar parte da antagonização causada por seu líder, será vista como tendo passado do auge e começará a declinar,” afirmou.
Os indicadores de desempenho da empresa mostram resultados variados entre as regiões, com fraquezas notáveis em índices como consideração, reputação e recomendação nos Estados Unidos, Europa e Ásia. Esses dados sugerem uma mudança nas dinâmicas de mercado no setor de veículos elétricos, onde a Tesla já foi líder indiscutível.