Em uma discussão instigante sobre fé e ciência, o renomado físico Stephen Hawking compartilhou sua perspectiva sobre religião e a existência de Deus. O aclamado autor de “Uma Breve História do Tempo” e “O Universo Numa Casca de Noz” explorou essas profundas questões sob o prisma da razão científica.
Em seu último livro, “Breves Respostas para Grandes Questões“, Hawking abordou a percepção histórica da deficiência e suas conotações religiosas. “Por séculos, acreditava-se que pessoas com deficiência, como eu, viviam sob uma maldição imposta por Deus”, escreveu. Ele seguiu com sua característica abordagem analítica: “Bem, suponho que seja possível que eu tenha irritado alguém lá em cima, mas prefiro pensar que tudo pode ser explicado de outra forma, pelas leis da natureza.”
O físico, que revolucionou nossa compreensão da relatividade geral e da gravidade quântica, defendia que o universo é governado por leis científicas. Ele reconhecia que algumas pessoas poderiam atribuir essas leis a uma criação divina, mas argumentava que isso era “mais uma definição de Deus do que uma prova de sua existência.”
Em relação às suas crenças pessoais, Hawking adotava o que considerava a explicação mais simples. “Somos todos livres para acreditar no que quisermos, e, na minha visão, a explicação mais simples é que não existe Deus”, afirmou. Ele também concluiu que “ninguém criou o universo e ninguém dirige nosso destino”, levando-o a decidir que “provavelmente não há Céu nem vida após a morte.”
A perspectiva de Hawking sobre a existência foi moldada por sua extraordinária jornada de vida. Diagnosticado com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) aos 21 anos, em 1963, os médicos inicialmente deram a ele apenas dois anos de vida. No entanto, contrariando todas as previsões, ele se tornou o sobrevivente mais longevo da doença, falecendo aos 76 anos, em 2018.
Com o avanço de sua condição, Hawking adaptou-se às crescentes limitações físicas. Sua capacidade de comunicação evoluiu com a tecnologia, utilizando um sistema avançado de computador acoplado à sua cadeira de rodas. O dispositivo tinha uma tela com teclado que ele controlava por meio de movimentos da bochecha, permitindo-lhe continuar compartilhando suas ideias com o mundo.
Ao longo de sua vida, Hawking manteve o foco em entender o universo por meio da observação científica e das evidências. Sua posição sobre religião e Deus refletia seu compromisso em buscar explicações baseadas em leis naturais, em vez de intervenções sobrenaturais.