Simulação mostra método brutal de execução envolvendo um elefante que é considerado “uma das piores mortes da história”

por Lucas Rabello
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Em um passado distante, quando a crueldade humana frequentemente superava os limites da imaginação, um método de execução chocante ganhou notoriedade em várias partes do mundo: o uso de elefantes como instrumentos de morte. Esses animais majestosos, hoje símbolos de sabedoria e força pacífica, eram treinados para servir como carrascos implacáveis, capazes de infligir tormentos inimagináveis.

A prática ocorreu principalmente na Ásia, especialmente na Índia e no Sudeste Asiático, mas registros históricos também apontam casos na Grécia Antiga e no Império Romano. Os elefantes eram versáteis: podiam matar de forma rápida, esmagando crânios com as patas, ou prolongar o sofrimento da vítima, desmembrando-a lentamente. Em alguns casos, lâminas e pontas afiadas eram acopladas às presas dos animais para aumentar a eficiência — e o horror — do método.

Um relato detalhado vem do navegador escocês Alexander Hamilton, que em 1727 descreveu em seu livro A New Account of the East Indies uma execução no então Reino de Sião (atual Tailândia). Segundo ele, o condenado por traição ou assassinato era amarrado a uma estaca fixada no chão.

Uma representação artística da execução por elefante no *Akbarnama*, uma crônica do reinado do imperador mogol Akbar, o Grande (Domínio Público).

Uma representação artística da execução por elefante no *Akbarnama*, uma crônica do reinado do imperador mogol Akbar, o Grande (Domínio Público).

O elefante, após circular algumas vezes em volta da vítima, era ordenado a agir: “Ele envolve a tromba no homem e na estaca, arranca a estaca do solo com violência, joga ambos para o alto e, ao caírem, os recebe com os dentes. Depois, esmaga o corpo com a pata dianteira”. Hamilton reforça que a morte era vista como “vergonhosa e terrível”, especialmente no Império Mogol, onde ofensas ao imperador Shah Jahan eram punidas no “Jardim dos Elefantes”.

A versatilidade dos elefantes como executores ia além da morte imediata. Em certas situações, eles eram usados para tortura: vítimas eram arrastadas, chutadas ou roladas no chão sem serem mortas, deixadas para sofrer até que um perdão eventual — ou a morte por ferimentos — chegasse. Em culturas onde a honra era valorizada acima de tudo, sobreviver a uma sessão de tortura por elefante podia ser tão humilhante quanto a própria execução.

Apesar do caráter brutal, o método tinha um propósito estratégico. Governantes usavam o espetáculo público das execuções para demonstrar poder e dissuadir revoltas. Na Roma Antiga, por exemplo, elefantes eram ocasionalmente empregados para eliminar inimigos políticos de forma espetacular, reforçando a autoridade perante as massas.

Treinar um elefante para cumprir esse papel exigia tempo e conhecimento. Os animais aprendiam a distinguir comandos específicos, como pressionar certas partes do corpo ou controlar a intensidade do ataque. A memória excepcional dos elefantes — frequentemente celebrada em ditados — garantia que não “esquecessem” suas funções, tornando-os carrascos eficientes e previsíveis para seus donos.

Com o tempo, a prática entrou em declínio. Mudanças culturais, pressões coloniais e o repúdio crescente a métodos tão extremos fizeram com que, já no século XIX, as execuções por elefantes se tornassem raras. Hoje, o que resta são relatos históricos que misturam fascínio e horror, lembrando até onde a humanidade já foi para manter controle — e como, felizmente, alguns capítulos sombrios ficaram definitivamente no passado.

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.

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