A história das pragas do Egito é amplamente conhecida, mesmo por aqueles que não são especialistas em assuntos bíblicos. Estes eventos, descritos na Bíblia, têm intrigado pessoas por séculos. Mas será que os eventos no Egito foram realmente o resultado de maldições sobrenaturais? Ou os fenômenos extraordinários daquela época têm explicações mais terrenas?
Nesta lista, exploraremos algumas teorias que buscam elucidar o que realmente aconteceu durante as chamadas “pragas do Egito”.
1. Sangue no Rio Nilo

A primeira praga a atingir o Egito, de acordo com a Bíblia, foi a aparição de “sangue” nas águas do Rio Nilo, importantíssimo para a sobrevivência egípcia na época.
A coloração avermelhada que tomou conta do Rio, no entanto, pode não ter aparecido pela presença de sangue. De acordo com algumas teorias científicas que se dedicaram a analisar este fenômeno, o motivo por trás da cor vermelha provavelmente foi a presença de algas e micro-organismos.
Existe, ainda, uma segunda teoria, que afirma que a erupção do vulcão Thera pode ter afetado a composição do Rio Nilo, causando um descontrole nas partículas de ferro dissolvido presente nas águas, o que segundo os teóricos pode ter causado a coloração.
Fato é que os egípcios fizeram muito bem em não consumir a água durante este período. Seja por conta das algas ou pela presença de ferro em excesso, a água do Nilo definitivamente não estava própria para o consumo durante o fenômeno.
2. Invasão de rãs

A segunda praga supostamente enviada por Deus ao Egito com o intuito de obrigar o Faraó a libertar os hebreus foi uma grande invasão de rãs. Os animais, conforme o livro sagrado, saiam de todos os cantos da nação, invadindo casas e levando o terror para os habitantes.
No livro “Os Milagres do Êxodo”, o físico Colin Humphreys, da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, defende que este fenômeno, caso realmente tenha ocorrido, pode ser explicado justamente pelo que ocorreu nas águas do Nilo. Com a proliferação das algas, ou até mesmo com o aumento na concentração de ferro, os animais podem ter sido obrigados a deixar as águas e invadir as cidades.
3. Surto de piolhos

Assim como a invasão de rãs, o surto de piolhos citados pela Bíblia como a terceira praga pode ter se originado na proliferação de algas no Rio Nilo. Além disso, há relatos de que o Egito vivia uma forte seca na época. Todos esse fatores contribuem para uma maior dificuldade na higiene pessoal, o que pode ser um terreno fértil para os piolhos. A seca, por si só, representa também um clima propício para reprodução destes insetos.
4. Moscas

Talvez até pior do que as rãs e os piolhos, a invasão de moscas no Egito teria sido a quarta praga. Para Humphreys, não há nada de sobrenatural neste fenômeno também. Segundo ele, há duas explicações científicas para esse fenômeno.
Com o problema envolvendo o Rio Nilo, acredita-se que muitos animais acabaram por perder a vida nas redondezas do rio, o que poderia ter atraído as moscas. Além disso, a falta de higiene dos habitantes poderia ser um outro fator. Há também uma última teoria (que não anula as anteriores) que afirma que o grande número de rãs mortas durante a “segunda praga” poderia ter significado o extermínio dos predadores naturais das moscas, ajudando na proliferação dos insetos indesejados.
5. Morte de animais

Ainda de acordo com Humphreys, o aumento gritante na morte de animais verificado no Egito durante a época das supostas “pragas” pode ser explicado pelo fenômeno anterior. O grande número de moscas circulando nas cidades pode contribuído de forma determinante para que animais de grande porte acabassem doentes e, eventualmente, morressem.
6. Pústulas

As pústulas, que segundo a Bíblia surgiram logo após a morte dos animais, também podem ter uma explicação científica. Há, no entanto, uma divergência nas teorias.
A primeira explicação afirma que as próprias moscas e piolhos, que transmitiram doenças para os animais, atacavam também os seres humanos. Apesar de não serem fatais para os egípcios, elas causavam ferimentos como as pústulas, que podiam evoluir para quadros realmente preocupantes.
Por outro lado, o documentário ‘The Exodus Decoded’ sugere que o problema não foram os insetos, e sim a erupção vulcânica anteriormente citada, que poderia ter liberado uma grande quantidade de dióxido de carbono. Este, por sua vez, pode provocar bolhas.
7. Chuva de pedras

Este, talvez você possa pensar, é um dos fenômenos mais difíceis de se explicar no que diz respeito às pragas do Egito. Mesmo assim, alguns cientistas já se dedicaram à tentativa de explicá-lo.
Para Nadine von Blohm, física alemã, a explicação pode estar na erupção vulcânica protagonizada pelo vulcão Thera. Suas cinzas, teoriza a especialista, podem ter se misturado com o vapor de água, criando algo semelhante ao granizo. Há também, obviamente, a possibilidade da própria erupção ter lançado as pedras o alto, eventualmente derrubando-as na cidade.
8. Nuvem de gafanhotos

Finalmente, chegamos ao fenômenos que despertou novamente o interesse do público brasileiro no tema das pragas do Egito. Como fomos capazes de ver recentemente, as nuvens de gafanhotos não são assim tão raras, e podem acontecer por uma série de fatores.
No caso do Egito, os fenômenos anteriores podem ter criado um ambiente propício para a proliferação dos gafanhotos, gerando posteriormente um acontecimento semelhante ao que nossos vizinhos da América Latina enfrentaram recentemente.
9. Escuridão durante três dias

Para os cientistas, a “noite de três dias” pode ter sido causado por uma tempestade de areia de grande proporções. Para alguns, pode se tratar da famosa tempestade “khamsin”, que ocorre periodicamente até os dias de hoje.
No entanto, até mesmo a erupção vulcânica pode ter levantado cinzas capazes de tapar completamente o sol, potencialmente provocando esse fenômeno.
10. Morte dos primogênitos

Há duas formas que a ciência encontrou para explicar a suposta morte dos primogênitos no Egito. A primeira dela utiliza um aspecto cultura da época para tentar encontrar uma resposta. No Egito Antigo, os filhos mais velhos eram os primeiros a comer quando faltava comida, e isso pode ter levado os primogênitos a ingerir carne infectada pelas fezes dos gafanhotos, causando intoxicação.
Outra teoria afirma que o dióxido de carbono liberado pela erupção do Thera provavelmente se acumulou próximo ao solo. Como os filhos mais velhos eram os únicos a ter o direito de dormir em camas, enquanto os mais novos viviam em carroças, telhados e outros ambientes improvisados, os primogênitos podem ter morrido pela inalação acentuada deste gás.