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Secadores de mão espalham coliformes no ar, diz estudo

Leonardo Ambrosio

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Secadores de mão espalham coliformes no ar, diz estudo
Um estudo concluiu que os secadores de mãos com jatos de ar afetam consideravelmente a presença de bactérias no ar em ambientes sanitários.

Um estudo publicado no “Journal of Hospital Infection“, realizado pela Universidade de Leeds, do Reino Unido, concluiu que os secadores de mãos com jatos de ar afetam consideravelmente a presença de bactérias no ar em ambientes sanitários. A pesquisa foi realizada levando em consideração análises feitas em três banheiros localizados em hospitais distintos ao redor da Europa.

É importante ressaltar que a pesquisa foi financiada pela European Tissue Symposium, uma organização que representa fabricantes de papel-toalha na Europa. Entretanto, a Universidade de Leeds garante que “a pesquisa foi concebida, desenhada, conduzida e interpretada de forma independente e passou por análises de especialistas que não estavam envolvidos no estudo”.

Secadores de mão espalham coliformes no ar, diz estudo
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Os secadores com jatos de ar são utilizados por diversos estabelecimentos públicos e privados de grande circulação, como shopping centers, lojas, restaurantes e até mesmo hospitais. Eles representam uma solução e uma alternativa para o papel, que costuma ter impacto financeiro considerável nos estabelecimentos, além do problema ambiental que envolve a fabricação do papel. Entretanto, a pesquisa em questão levanta mais uma vez uma exclamação no que tange à segurança destes equipamentos e o potencial nocivo deles em nossa saúde.

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Para analisar se os secadores realmente afetavam a presença de bactérias e microrganismos nocivos à saúde, os pesquisadores elegeram para a pesquisa três hospitais localizados em Leeds, Paris e Udine (Itália). Em cada um dos estabelecimentos, a equipe selecionou dois sanitários utilizados por funcionários, pacientes e visitantes, onde foram alternados períodos de utilização de secadores por jato de ar e dispensadores tradicionais de papel.

Após a análise de amostras do ar dos banheiros em cada um dos momentos da pesquisa (com a utilização de dispensadores de papel e jatos de ar) ficou comprovado que a tecnologia dos secadores influenciava diretamente a presença de bactérias no ar em até 100 vezes, como foi observado em um dos banheiros de Udine, na Itália. Em Paris e Leeds, o aumento da presença de bactérias nas amostragens de ar ficou entre 20 e 30 vezes.

“Múltiplos exemplos de diferenças significativas na contaminação bacteriana, incluindo por bactérias fecais e resistentes a antibióticos foram observadas, […]. O método de secagem de mãos afeta o risco de disseminação aérea de bactérias em configurações aplicáveis ao mundo real”, concluíram os pesquisadores, liderados pelo professor Mark Wilcox.

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De acordo com a equipe, um dos principais problemas que leva a esse risco maior de contaminação por meio do método de secagem das mãos é o fato de que as pessoas não sabem fazer a higiene de forma correta após a utilização do banheiro.

“O problema começa quando algumas pessoas não lavam suas mãos corretamente. Por conta disso, o secador (com jato de ar) cria um aerossol que contamina todo o banheiro, incluindo o próprio equipamento e potencialmente a pia, piso e outras superfícies, dependendo do design do aparelho. Por outro lado, o papel absorve a água e micróbios que ficam nas mãos, e se ele é descartado corretamente, há um menor potencial de contaminação cruzada”, explicou o pesquisador no material publicado pela Universidade de Leeds.

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Leonardo Ambrosio tem 26 anos, é jornalista, vive em Capão da Canoa/RS e trabalha como redator em diversos projetos envolvendo ciências, tecnologia e curiosidades desde 2014.