Na manhã deste sábado (17), a notícia da morte de Silvio Santos gerou diferentes reações entre as emissoras de televisão brasileiras. Enquanto a Globo e a Record interromperam suas programações para noticiar o falecimento do icônico apresentador, o SBT manteve sua programação infantil no ar.
A Globo interrompeu o programa “É de Casa” para dar a notícia. A jornalista Zileide Silva entrou ao vivo, sem a tradicional vinheta do plantão, para comunicar “uma notícia que ninguém queria”. A Record também entrou ao vivo para cobrir o acontecimento.
Curiosamente, o SBT, emissora fundada por Silvio Santos em 1981, não interrompeu a programação de desenhos animados para dar a notícia. O programa “Sábado Animado” continuou sendo exibido normalmente
É importante notar que esta decisão do SBT de manter os desenhos animados no ar reflete uma filosofia de programação que o próprio Silvio Santos sempre defendeu. Ele priorizava consistentemente a programação infantil nas manhãs, mesmo que isso nem sempre fosse a opção mais lucrativa. Esta abordagem demonstra o compromisso de longa data de Silvio Santos com o entretenimento infantil e sua visão única sobre o papel da televisão na vida das crianças brasileiras.
Nascido como Senor Abravanel em 1930 no Rio de Janeiro, Silvio veio de origens humildes e construiu um império no entretenimento brasileiro.
Sua carreira começou como vendedor ambulante e locutor de rádio, com sua grande oportunidade surgindo em 1954 na Rádio Nacional de São Paulo. Em 1958, assumiu a empresa Baú da Felicidade e estreou na televisão em 1959. Seu programa principal, o “Programa Silvio Santos”, iniciado em 1963, tornou-se um marco na TV brasileira.
Em 1981, Silvio Santos lançou sua própria emissora, o SBT, solidificando sua posição como magnata da mídia. Ao longo de sua carreira, demonstrou notável capacidade de adaptação e inovação, aventurando-se em diversos empreendimentos empresariais.
Silvio enfrentou desafios pessoais, incluindo o sequestro de sua filha em 2001. Foi casado duas vezes e teve seis filhas. Nos últimos anos, a pandemia de COVID-19 apresentou novos desafios, com sua última aparição na televisão marcada por seu característico entusiasmo.
Silvio Santos deixa um legado inigualável na televisão brasileira. Ele revolucionou o entretenimento com programas populares e inovadores, criou oportunidades para novos talentos e construiu um império midiático que inclui o SBT, uma empresa de capitalização e uma marca de cosméticos. Seu estilo único de apresentação, carisma e habilidade em cativar o público o tornaram uma figura icônica na cultura brasileira por mais de seis décadas.
A morte de Silvio Santos marca o fim de uma era na televisão brasileira, mas seu impacto continuará a influenciar o entretenimento e a cultura popular do país por gerações. Sua trajetória de vendedor ambulante a magnata da mídia inspirou milhões de brasileiros, e seu talento para comunicação e negócios deixou uma marca indelével na história do país.
Silvio Santos será lembrado não apenas como talvez o maior apresentador de televisão da história do Brasil, mas como um visionário que transformou o cenário midiático brasileiro. Sua capacidade de se conectar com o público de todas as idades e classes sociais, aliada à sua astúcia empresarial, fez dele uma figura única e insubstituível. Seu legado continuará a inspirar futuras gerações de comunicadores e empreendedores, mantendo viva a memória de um dos maiores ícones da cultura popular brasileira.