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Restos antigos de ancestrais humanos misteriosos são desenterrados em caverna na Sibéria

Leonardo Ambrosio

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De acordo com um artigo publicado recentemente no ‘Nature Ecology & Evolution’, cientistas encontraram o fóssil mais antigo já visto até hoje da antiga linhagem humana conhecida como ‘Denisovanos’. Esta linhagem, também chamada de ‘Hominídeos de Denisova’, viveu provavelmente ao redor da Ásia e da Oceania, há centenas de milhares de anos. A descoberta mais recente envolve restos mortais com 200 mil anos de idade, o que faz com que eles sejam os mais antigos já analisados envolvendo esta linhagem humana. Até então, somente algumas dezenas de ossos denisovanos haviam sido analisados, quase todos encontrados em uma caverna da Sibérnia. A exceção era de uma ossada descoberta na China.

Agora, pesquisadores encontraram outros três fósseis na Caverna Denisova, na Sibéria, com mais de 200 mil anos de idade. O estudo que abordou esta nova descoberta examinou 3791 ossos extraídos da caverna, e a partir de testes de DNA eles foram relacionados aos denisovanos. Entre todos os restos mortais encontrados desta vez, estão quatro ossos humanos, sendo um Neanderthal e outros três denisovanos. “Nós estamos extremamente animados por identificar três novos ossos denisovanos entre as camadas mais antigas da Caverna Denisova”, disse Katerina Douka, arqueóloga da Universidade de Viena, em entrevista ao portal LiveScience.

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Fragmentos de ossos utilizados durante a análise. | S. Brown

A idade dos fósseis foi estimada com base nas camadas de terra extraídas da caverna. O material recolhido também continha restos de animais e artefatos feitos de pedra, que podem servir como pistas arqueológicas do estilo que vida que levavam os denisovanos. Essa também é uma novidade interessante, visto que nas descobertas anteriores os cientistas não haviam encontrado materiais e artefatos utilizados por essas pessoas. “Essa é a primeira vez que podemos ter certeza de que os denisovanos são os responsáveis pelos restos arqueológicos que encontramos ao redor de seus fragmentos de ossos”, disse Douka.

Segundo os pesquisadores, as novas descobertas indicam que os denisovanos viveram em uma época em que o clima era bastante parecido com o atual, em um local favorável para a vida humana. E de acordo com os restos encontrados na caverna, eles se alimentavam principalmente de cervos, gazelas, cavalos e bisões. Os artefatos de pedra encontrados no local provavelmente eram utilizados para tratar a pele dos animais abatidos.

Outro fator apontado pelos pesquisadores é que, ao que tudo indica, os denisovanos também disputavam suas presas e talvez até mesmo o domínio das cavernas com outros predadores. Restos mortais de cães selvagens e lobos indicam que eles tinham uma concorrência bem grande pela comida e pelo território. “No momento, nossa equipe continua trabalhando na Caverna Denisova e em vários outros locais da Ásia, com a esperança de chegar a novas descobertas interessantes no curto prazo”, revelou Douka.


O artigo mencionado foi publicado no ‘Nature Ecology & Evolution‘, e esta matéria possui também informações do ‘ScienceAlert‘.

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Leonardo Ambrosio tem 26 anos, é jornalista, vive em Capão da Canoa/RS e trabalha como redator em diversos projetos envolvendo ciências, tecnologia e curiosidades desde 2014.

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