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Por que alguns casos de coronavírus são mais graves que outros?

Leonardo Ambrosio

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De acordo com novas informações divulgadas, o "segredo" da gravidade da doença pode estar no local onde o vírus se instala.

A Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus que começou a se espalhar pelo mundo inteiro a partir da China, vem acendendo alertas no mundo inteiro, com situações particularmente delicadas na China e na Itália. Felizmente, apesar da grande taxa de contaminações, a doença não possui um índice assim tão alto de mortalidade, e a maioria das pessoas consegue se curar tranquilamente dos sintomas. Mas por que a Covid-19 é tão grave para algumas pessoas, e não passa de uma gripe comum para outras?

Os cientistas talvez tenham chegado a uma resposta.

A OMS publicou recentemente um relatório onde foram analisados 56 mil casos da doença – todos na China. E de acordo com as novas informações divulgadas, o “segredo” da gravidade da doença pode estar no local onde o vírus se instala.

Inicialmente, mostram os cientistas, o coronavírus chega ao seu corpo se instala no nariz e garganta. Neste período, os sintomas são leves. O quadro começa a ficar mais sério, no entanto, quando ele avança para os pulmões. Caso os médicos consigam neutralizar o coronavírus ainda no nariz e garganta do paciente, a tendência é que o quadro não se torne perigoso.

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O coronavírus SARS-CoV-2 chega até o nosso corpo por meio de gotículas de saliva, e utiliza uma proteína conhecida como “spike” para penetrar nossas células. Inclusive, são essas proteínas (que formam uma espécie de ‘coroa’ ao redor do vírus) que dão a ele este nome. As proteínas spike se conectam com uma proteína presente no nosso organismo, chamada de ACE2, tornando-se parte das células e fazendo com que elas englobem o coronavírus, jogando seu material genético para dentro. E é a partir daí que, por meio da replicação do RNA, o vírus se reproduz e começa a tomar outras células. Entender isso ajuda a compreender os sintomas da Covid-19.

Quando o seu organismo começa a perceber que algo não está certo, ele provoca um processo inflamatório, aumentando a circulação de sangue e líquidos, provocando tosse, coriza, dores no rosto, na garganta e etc. É normal também que o paciente tenha um pouco de febre neste momento.

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Mas se tudo correr bem, seja com intervenção médica ou não, você se cura destes sintomas em algumas semanas – bem como o que vem acontecendo com 80% dos pacientes da nova doença. O maior risco que um paciente corre é que o vírus consiga acessar o pulmão. Neste caso, começa a dificuldade para respirar, podendo provocar uma pneumonia severa – potencialmente fatal.

Vale ressaltar: Entre as pessoas com mais de 80 anos, a mortalidade da Covid-19 é de 15%. Já entre pessoas de 10 a 39 anos, em contraste, a mortalidade é de 0,2%. O mesmo relatório da OMS dá conta de que 1 a cada 7 casos da doença evoluem para um quadro de falta de ar, e somente cerca de 6% podem ser considerados como casos críticos.

Por fim, os autores afirmam que algo entre 10-15% dos casos mais leves chegam à contaminação do vírus no pulmão, sendo que destes, 15-20% podem ser classificados como casos graves.

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Leonardo Ambrosio tem 26 anos, é jornalista, vive em Capão da Canoa/RS e trabalha como redator em diversos projetos envolvendo ciências, tecnologia e curiosidades desde 2014.