Pesquisadores da Cornell University, nos Estados Unidos, descobriram recentemente um espécime extremamente raro da abelha Megalopta amoena, que possui em seu corpo características de machos e fêmeas ao mesmo tempo.
De acordo com a pesquisa, que foi publicada no ‘Journal of Hymenoptera Research’, o espécime tem características sexuais de ambos os gêneros, o que não é nenhuma novidade entre abelhas, mas é a primeira vez que os cientistas encontram uma abelha desta espécie com tais condições.
Em um comunicado, Erin Krichilsky, estudante da Cornell University que liderou o estudo, encontrar este espécime foi como “ganhar a loteria darwiniana”, em uma alusão à característica genética e evolutiva desta condição, conhecida como “ginandromorfismo”.
Esta abelha em questão possui o seu lado esquerdo com características claramente masculinas- antenas maiores, mandíbulas mais suaves e patas traseiras repletas de pelos. Seu lado direito, por sua vez, apresenta antenas menores, mandíbulas espinhosas e patas robustas – todas características femininas.

Os pesquisadores analisaram o ciclo circadiano do espécime ginandromorfo, em uma tentativa de compreender como a condição afetava o comportamento do animal. Ficou constatado, na pesquisa, que a abelha tinha horários e ciclos semelhantes aos das fêmeas, o que pode indicar que estes fatores são definidos por mecanismos localizados na parte direita do cérebro.
O ginandromorfismo é formado quando acidentalmente dois espermatozoides geram um ovo com dois núcleos, que por sua vez gera um embrião que carrega células com cromossomos XX e XY ao mesmo tempo.
De acordo com os cientistas, é possível que esta condição seja mais comum do que imaginamos, porém acabamos por percebê-la apenas em espécies sexualmente dimórficas.