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Até que ponto o ser humano é capaz de sobreviver em condições extremas? Os nossos limites há muito tempo são alvo de diversas análises, estudos e experimentos, e certamente você já se perguntou até que ponto o seu corpo pode suportar.
Bem, em se tratando de “causas naturais”, sabemos que o corpo humano não costuma suportar mais de 80 ou 90 anos de idade, dependendo de onde você vive e de seus hábitos. No entanto, o “limite máximo” de tempo já suportado por um ser humano é um pouco maior: 122 anos. A francesa Jeanne Calment, falecida em 1997 e nascida em 1875 foi a responsável por esse recorde, que desde então não foi batido.
Mas falemos um pouco agora sobre os fatores “externos” que podem representar perigo à nossa vida.
Como você provavelmente sabe, precisamos basicamente de três coisas para manter nosso organismo funcionando: oxigênio, comida e água. Essas são as bases da nossa vida, e sem qualquer um desses suprimentos nossa sobrevivência é impossível. Mas quanto tempo conseguimos ficar sem eles?
Cada pessoa possui uma resistência particular à privação de água, comida e ar, mas a regra diz que podemos ficar sem comer por três semanas, sem beber por três dias e sem respirar por aproximadamente três minutos.
Mas nem tudo se resume a comer, beber e respirar. Ainda que essas sejam as coisas mais importantes para nós, alguns outros fatores (como o sono, por exemplo) são importantíssimos. Não são poucos os casos de caminhoneiros e motoristas que perdem suas vidas por conta da privação do sono, que pode nos causar alucinações, dificuldades motoras e cognitivas e até mesmo pode fazer com que apaguemos de tanto sono.
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É muito difícil afirmar se o sono pode ou não nos matar, e é igualmente difícil colocar isso em pesquisas e estudos. Relatos da imprensa chinesa, no entanto, dão conta de um jovem chinês que certa vez morreu após passar 11 horas acordado tentando assistir a todos os jogos de uma competição de futebol. O problema é que ele ingeriu grandes quantidades de álcool durante esse tempo, além de ter fumado muito. Portanto, não podemos afirmar que o sono foi o verdadeiro responsável por sua morte.
Felizmente, em circunstâncias normais, você não precisa se privar do sono, e portanto esse não é um risco assim tão grande. Mas algumas causas externas, alheias à nossa vontade, também podem levar nossos corpos a situações extremas.
As mudanças no ambiente ao nosso redor, por exemplo, podem facilmente nos levar à morte.
Vamos começar pelo calor. Até qual temperatura você acha que seu organismo pode suportar?
De acordo com especialistas, o limite do nosso corpo é 60ºC. Com temperaturas mais elevadas que isso ao nosso redor, ocorre a morte por hipertermia. Se falarmos de temperatura interna, obviamente os limites são um pouco menores. A temperatura normal do corpo humano gira em torno de 36,5ºC, e caso ela atinja 43ºC ou mais, pode ser bem difícil sobreviver para contar a história.
O frio também pode nos fazer muito mal, e se a temperatura corporal atingir 21ºC ou menos, nosso órgãos tendem a parar de funcionar permanentemente. A questão é que algumas pessoas são mais resistentes que outras ao frio, e desde forma conseguem manter a temperatura corporal em níveis aceitáveis mesmo com o frio lá fora. Um russo acostumado ao gélido inverno do seu país, por exemplo, tende a suportar muito melhor as temperaturas baixas do que um turista acostumado a um clima mais quente.
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Outro fator ambiental que pode nos colocar em perigo é a pressão atmosférica. O corpo humano não lida bem com níveis fora do normal de oxigênio no ar.
Na Terra, o ar possui aproximadamente 21% de oxigênio, e caso esse nível caia para 11%, nós corremos um grande risco de morrer por anóxia. Mas o excesso de oxigênio também é um risco, já que com níveis altos do gás no ar nossos pulmões podem acabar contraindo inflamações. É por isso que os astronautas tomam cuidados redobrados em todas as suas missões no espaço.
Além disso, por conta da pressão do ar, o máximo que a maioria de nós consegue subir em relação ao nível do mar é 4500 metros. É óbvio que algumas pessoas, principalmente escaladores profissionais, chegam a altitudes maiores, mas você certamente não vai querer tentar isso sem treinamento prévio.
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Mas e no que diz respeito à aceleração? Quais são os nossos limites?
De acordo com estudos, uma aceleração lateral de aproximadamente 14 G’s (unidade de medida igual à aceleração devida à gravidade) pode destruir nossos órgãos fazendo com que eles se choquem uns contra os outros. Entre 4 e 8 G’s de aceleração vertical (de cima para baixo) podem fazer com que todo o sangue do nosso corpo vá para os nossos pés, também nos levando à morte.
Quando falamos de aceleração para frente e para trás, no entanto, nosso corpo tende a ser mais resistente. Em média, nós podemos suportar uma freagem de 1000km/h para 0 em uma fração de segundos, desde que estejamos muito bem presos e fixos em um assento. Acima disso, nossos órgãos não suportariam a mudança de velocidade.
Por últimos, vamos falar sobre a radiação.
Se você já ouviu falar sobre o desastre de Chernobyl, certamente sabe dos riscos da exposição à radiação. Mas qual seria o nosso limite?
De acordo com especialistas, cerca de 5 a 6 Sv (unidade de medida de radiação) durante alguns minutos podem afetar mais células humanas do que nosso corpo é capaz de reparar ao mesmo tempo. Isso é bem mais do que os trabalhadores de Fukushima responsáveis pela limpeza da planta nuclear absorveram na época: entre 0,4 e 1 Sv por hora.
De qualquer forma, ainda que os funcionários de Fukushima tenham sobrevivido em um primeiro momento, eles acabaram ampliando drasticamente suas chances de contrair câncer.
Como você pode ver, nosso corpo é consideravelmente resistente, mas você não vai querer testar esses limites, não é mesmo?