Quais são os 5 hábitos das pessoas menos inteligentes, de acordo com o que diz a psicologia

por Lucas Rabello
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Você sabia que certos comportamentos do cotidiano podem revelar mais sobre sua inteligência do que você imagina? A psicologia, ciência que estuda a mente e o comportamento humano, identificou padrões comuns em pessoas com menor desenvolvimento cognitivo.

Esses hábitos, muitas vezes discretos, funcionam como pistas sobre como o cérebro processa informações, enfrenta desafios e se adapta ao mundo. Conheça cinco deles — e entenda como pequenas mudanças podem transformar sua forma de pensar.

1. Ausência de perguntas

Um dos combustíveis da inteligência é a vontade de explorar o desconhecido. Quem raramente se pergunta “como isso funciona?” ou “por que isso acontece?” tende a estagnar mentalmente. A curiosidade ativa regiões do cérebro ligadas à aprendizagem e à memória, criando conexões neuronais que ampliam a capacidade de raciocínio.

Pessoas que não buscam entender fenômenos simples — como a formação das nuvens ou o funcionamento de um aplicativo — perdem oportunidades diárias de exercitar o intelecto. Não é necessário virar um especialista em tudo, mas o simples ato de questionar estimula a flexibilidade mental.

2. O círculo vicioso do “depois eu faço”

O círculo vicioso do "depois eu faço"

Deixar tarefas repetidamente para o último minuto não é apenas uma questão de falta de tempo. A procrastinação crônica está associada a falhas no autocontrole, habilidade ligada ao lobo frontal do cérebro, responsável por planejamento e tomada de decisões.

Estudos mostram que adiar compromissos essenciais — como estudar para uma prova ou preparar um relatório — sobrecarrega a mente, reduzindo a qualidade do trabalho final. O hábito também aumenta o estresse, que em excesso prejudica a formação de novas memórias e a concentração.

3. Rigidez como estilo de vida

Mudanças assustam, mas resistir a elas pode ser um sinal de limitação cognitiva. Quem se recusa a experimentar novos alimentos, evita atualizar conhecimentos profissionais ou rejeita rotas diferentes para os mesmos lugares está treinando o cérebro para a inflexibilidade.

A neuroplasticidade — capacidade cerebral de se adaptar a novas experiências — depende justamente de desafios constantes. Um exemplo simples: usar apenas papel e caneta para anotações, ignorando ferramentas digitais que agilizam tarefas, pode limitar a eficiência e a criatividade.

4. A armadilha do “eu já sei tudo”

A segurança excessiva nas próprias opiniões é um terreno perigoso. Quem interrompe os outros para afirmar seu ponto de vista, desconsidera feedbacks ou acredita que não precisa aprender mais nada está fechando as portas para o crescimento. A inteligência requer humildade para reconhecer lacunas no conhecimento.

Um experimento clássico da Universidade de Cornell (EUA) mostrou que indivíduos com baixo desempenho em testes tendiam a superestimar suas habilidades, enquanto os mais competentes subestimavam seu potencial. Esse viés, conhecido como Efeito Dunning-Kruger, ilustra como a falta de autocrítica trava o desenvolvimento intelectual.

eu já sei tudo

5. Diálogos que não saem do lugar

Conversas produtivas exigem escuta ativa e abertura para perspectivas diferentes. Quem só conversa com pessoas que pensam igual, rejeita argumentos contrários ou ignora contextos culturais diversos acaba criando um “atalho mental”: o cérebro se acostuma a repetir as mesmas soluções, mesmo quando elas não funcionam.

Um exemplo prático: em discussões sobre economia, insistir em uma única teoria sem analisar dados atualizados ou fatores sociais impede a compreensão completa do tema. A diversidade de pensamento, por outro lado, exercita a capacidade de analisar problemas sob múltiplos ângulos.

Identificar esses padrões não é motivo para alarme, mas sim um convite à auto-observação. Pequenos ajustes — como reservar 15 minutos por dia para aprender algo inédito ou testar um método diferente para organizar tarefas — ativam gradualmente habilidades cognitivas adormecidas. A inteligência não é um traço fixo: ela se molda através de experiências, erros e, principalmente, da disposição para evoluir.

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.