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Pumas estão testando positivo para a peste bubônica nos EUA

Leonardo Ambrosio

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Metade dos pumas testados apresentaram anticorpos para a bactéria, o que quer dizer que em algum momento foram expostos a ela.

Séculos depois de os seres humanos terem se livrado de uma das maiores pragas da história, a peste negra, uma outra espécie de animais parece estar travando sua própria batalha contra ela. Em 2006, pesquisadores estadunidenses começaram a observar que grupos de pumas estavam morrendo em circunstâncias misteriosas. Por isso, eles decidiram testar 28 espécimes de pumas que viviam na região de Yellowstone para a presença da bactéria Yersinia pestis, causadora da peste bubônica. Durante o século 14, foi essa praga que resultou na morte de milhões de pessoas na Europa.

De acordo com os resultados publicados no ‘Environmental Conservation‘ no último mês de março, 47% dos pumas testados apresentaram anticorpos para a bactéria, o que quer dizer que em algum momento foram expostos a ela.

Além disso, em 4 das 11 necrópsias realizadas em pumas durante o estudo foram encontrados traços da Yersinia pestis.

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Vale ressaltar que apesar desta bactéria viver no solo em várias partes do mundo, ela não representa mais uma grande ameaça aos seres humanos. Ela infecta pulgas, passa para roedores e depois alcança outros mamíferos, muitas vezes até mesmo chegando aos humanos. No entanto, ao contrário do que aconteceu em meados de 1340-1350, a doença causada pela Yersinia pestis hoje em dia normalmente não provoca nada além de uma febre, fraqueza e dores de cabeça. No século 14, no entanto, quando nós não ainda não tínhamos os anticorpos necessários para combater o patógeno, as mortes ultrapassaram os 100 milhões, provocando uma devastação que entrou para a história como “A Peste Negra”.

Apesar de ser considerada erradicada, a peste bubônica ainda afeta pessoas de forma recorrente em certos países, como o Congo, o Peru e Madagascar, sendo que este último registra casos todos os anos.

“A maioria das pessoas possui uma possibilidade praticamente nula de contrair a praga de um puma, portanto por favor não interpretem nossos resultados como um motivo para temer esses animais”, disse Mark Elbroch, principal autor do estudo, em entrevista ao ‘LiveScience’.

Fonte: IFLScience.

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Leonardo Ambrosio tem 26 anos, é jornalista, vive em Capão da Canoa/RS e trabalha como redator em diversos projetos envolvendo ciências, tecnologia e curiosidades desde 2014.