Detalhes angustiantes revelados sobre momentos finais da tripulação do Titan antes da implosão do submersívelDetalhes angustiantes revelados sobre momentos finais da tripulação do Titan antes da implosão do submersível

por Lucas Rabello
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A família de Paul-Henri Nargeolet, uma das cinco vítimas da tragédia do submersível Titan, entrou com um processo de $50 milhões por morte por negligência contra a OceanGate, operadora da embarcação. A ação legal, apresentada na terça-feira, 6 de agosto de 2024, revela novas alegações sobre os últimos momentos dos ocupantes do submersível.

O submersível Titan implodiu em 18 de junho de 2023, durante uma expedição para ver os destroços do Titanic. Junto com Nargeolet, um explorador francês, as outras vítimas foram o CEO da OceanGate, Stockton Rush, o bilionário britânico Hamish Harding, o empresário paquistanês Shahzada Dawood e seu filho de 19 anos, Sulaiman Dawood.

De acordo com o processo, o Titan supostamente “soltou pesos” aproximadamente 90 minutos após o início da descida. Essa ação, alega o processo, sugere que a tripulação tentou abortar o mergulho, indicando que estavam cientes de um problema. O documento legal afirma: “Embora a causa exata da falha possa nunca ser determinada, os especialistas concordam que a tripulação do Titan teria percebido exatamente o que estava acontecendo.”

O processo alega ainda que os ocupantes podem ter experimentado um sofrimento significativo em seus momentos finais. “O senso comum dita que a tripulação estava bem ciente de que iria morrer, antes de morrer,” afirma o documento. Ele continua descrevendo um cenário aterrorizante: “A tripulação pode muito bem ter ouvido o som de crepitação da fibra de carbono se intensificando à medida que o peso da água pressionava o casco do Titan. A tripulação perdeu comunicações e talvez energia também.”

A família de Nargeolet alega que a OceanGate falhou em informar adequadamente o experiente explorador sobre a durabilidade do submersível. O processo afirma: “O falecido Nargeolet pode ter morrido fazendo o que amava, mas sua morte — e as mortes dos outros membros da tripulação do Titan — foram erradas.”

A busca pelo Titan começou em 19 de junho de 2023, um dia após o submersível perder contato com seu navio de apoio na superfície. Em 22 de junho, a Guarda Costeira dos EUA anunciou a descoberta de um campo de destroços na área de busca, confirmando a implosão catastrófica da embarcação.

Esta ação legal ocorre mais de um ano após o incidente, que chamou a atenção internacional e levantou questões sobre a segurança dos veículos de exploração em águas profundas. As alegações do processo fornecem uma nova perspectiva sobre os eventos que levaram à tragédia, embora seja importante notar que essas alegações ainda precisam ser comprovadas em tribunal.

A OceanGate, que cessou todas as operações de exploração e comerciais desde o incidente, deve responder à queixa nas próximas semanas. A empresa ainda não emitiu uma declaração pública sobre o processo.

A tragédia do submersível Titan levou a um escrutínio aumentado das práticas de exploração em águas profundas e a pedidos por regulamentações mais rígidas na indústria. Vários especialistas marítimos e organizações manifestaram preocupações sobre os procedimentos de design e teste de submersíveis experimentais usados para exploração em profundidades extremas.

À medida que os procedimentos legais se desenrolam, o caso provavelmente reacenderá discussões sobre os padrões de segurança na exploração em águas profundas e o equilíbrio entre o avanço científico e a segurança humana.

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.