Por que você nunca deve beijar um bebê?

por Lucas Rabello
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A chegada de um bebê ao mundo é acompanhada por uma fase de extrema vulnerabilidade, especialmente devido ao sistema imunológico ainda em desenvolvimento. Nos primeiros três meses de vida, os recém-nascidos possuem menos células imunológicas para combater infecções, como neutrófilos e monócitos, em comparação aos adultos.

Essa característica biológica faz com que infecções leves para adultos possam se tornar ameaças graves à saúde dos bebês. Um levantamento recente da instituição britânica *The Lullaby Trust* revelou um dado preocupante: mais da metade dos pais e futuros pais (54%) desconhecem os riscos de permitir que amigos e familiares beijem seus recém-nascidos.

O Perigo do Vírus da Herpes

Bebês nascem com sistema imunológico frágil, tendo menos células de defesa nos primeiros três meses de vida.

Bebês nascem com sistema imunológico frágil, tendo menos células de defesa nos primeiros três meses de vida.

O vírus da herpes é um dos maiores riscos para a saúde dos recém-nascidos. Enquanto em adultos ele geralmente causa apenas sintomas leves, como feridas labiais, em bebês pode ter consequências devastadoras.

Quando ocorre a infecção por herpes em um recém-nascido, ela pode rapidamente evoluir de uma condição localizada — afetando olhos, boca ou pele — para uma infecção sistêmica, comprometendo órgãos vitais.

Os primeiros 28 dias após o nascimento são o período de maior vulnerabilidade, durante o qual a herpes pode ser fatal. Médicos reforçam que o tratamento antiviral precoce é crucial para a recuperação, principalmente quando a infecção ainda está localizada.

Em bebês, o herpes pode evoluir rapidamente de infecção local para sistêmica, sendo potencialmente fatal nos primeiros dias.

Em bebês, o herpes pode evoluir rapidamente de infecção local para sistêmica, sendo potencialmente fatal nos primeiros dias.

Infecções Bacterianas e Seus Efeitos

Além dos riscos virais, recém-nascidos enfrentam maior suscetibilidade a infecções bacterianas. Um exemplo é o estreptococo do grupo B (GBS), que frequentemente habita o trato digestivo e genital de adultos sem causar problemas.

No entanto, para os bebês, essas bactérias podem causar complicações graves, como sepse, pneumonia, meningite e infecções no sangue.

Da mesma forma, algumas cepas de Escherichia coli (E. coli), que não são prejudiciais para adultos, podem causar pneumonia, meningite e sepse em recém-nascidos, com consequências muitas vezes severas. Esses riscos reforçam a importância de práticas rigorosas de higiene ao lidar com bebês.

Medidas Práticas de Prevenção

Profissionais de saúde recomendam várias medidas práticas para proteger os recém-nascidos sem comprometer as relações sociais. A higiene das mãos é essencial, sendo necessário lavá-las cuidadosamente antes de qualquer contato com o bebê.

Caso o contato físico seja inevitável, é importante evitar áreas como rosto e boca, optando por locais mais seguros, como a parte de trás da cabeça ou os pés. Visitantes com qualquer tipo de doença, especialmente sintomas respiratórios ou feridas de herpes visíveis, devem adiar a visita. Se o adiamento não for possível, o uso de máscaras e o distanciamento físico ao interagir com o bebê são medidas indispensáveis.

Os pais devem se sentir à vontade para estabelecer essas regras com clareza, sabendo que tais precauções não são exageros, mas sim medidas fundamentadas em orientações médicas. O bem-estar do bebê deve sempre ser prioridade. Afinal, embora beijar um recém-nascido seja uma demonstração de carinho, isso pode colocá-lo em risco de infecções graves — e ninguém gostaria de carregar essa culpa.

Lucas Rabello
Lucas Rabello

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.