Um pequeno gatinho, fofo e inocente, sendo levantado pela nuca. É uma cena que você pode ter visto antes e não ter pensado muito a respeito. Afinal, mães gatas frequentemente carregam seus filhotes dessa maneira. Mas espere um segundo — os especialistas estão acenando uma grande bandeira vermelha para essa ação aparentemente inofensiva. Acontece que essa prática, amplamente conhecida como ‘scruffing’, pode não ser tão inofensiva quanto parece.
Primeiramente, vamos falar sobre por que essa imagem é tão comum. Ela vem de um comportamento natural observado em gatas mães. Elas carregam seus filhotes pelo cangote — uma pele solta na parte de trás do pescoço — para transportá-los com segurança. Parece lógico, então, certo? Se a mãe pode fazer isso, nós também podemos. Mas aqui está o revés: a relação entre uma gata mãe e seu filhote é única, e o que é um ato gentil e instintivo para ela pode ser uma experiência dolorosa quando replicada por humanos.
Agora, vamos detalhar as razões pelas quais o ‘scruffing’ é proibido.
Primeiramente, temos que considerar o fator dor. O pescoço do gato está cheio de terminações nervosas sensíveis, vasos sanguíneos e músculos. Quando pegamos essa área, mesmo com gentileza, corremos o risco de causar desconforto ou até lesões. É parecido com alguém te agarrando pelos cabelos na base do seu pescoço — nada agradável, não é mesmo?
Além disso, não podemos esquecer o fator medo. Gatos valorizam controle e autonomia. Ser levantado pelo pescoço os priva de ambos, mergulhando-os em um estado de vulnerabilidade e ansiedade. E enquanto alguns gatos podem parecer complacentes, esse comportamento é frequentemente uma resposta de congelamento — uma reação baseada no medo.
Transitando para o aspecto emocional, o ‘scruffing’ pode deixar uma impressão negativa duradoura. O que começa como um simples ato de pegar seu animal de estimação pode evoluir para um trauma emocional para o seu amigo peludo. Tais experiências angustiantes podem se tornar enraizadas na memória deles, transformando o seu refúgio seguro — sua presença — em uma fonte de ansiedade.
Por último, considere o impacto relacional. Seu vínculo com seu gato é precioso. É construído sobre confiança, conforto e respeito mútuo. Quando você pega um gato pelo cangote, corre o risco de danificar esse vínculo, potencialmente levando a uma quebra na confiança. Seu gato pode começar a vê-lo não como um protetor, mas como uma ameaça, o que é a última coisa que qualquer dono de pet quer.
Então, o que você deve fazer em vez disso? É simples: respeito e gentileza são a chave. Quando for necessário pegar seu gato, faça-o apoiando todo o corpo dele. Coloque uma mão sob o peito e a outra sob as partes traseiras. Levante com suavidade. Assim, seu gato se sente seguro e apoiado — tanto física quanto emocionalmente.
Lembre-se, nosso objetivo é ser visto como companheiros, não como ameaças. Nosso objetivo é garantir que nossos gatos se sintam amados e seguros em nossas mãos. É uma parceria, um entendimento mútuo de que estamos lá para o bem-estar e felicidade deles.
Em conclusão, embora possa ser tentador imitar a mãe natureza, é essencial reconhecer que nosso papel é diferente. Somos cuidadores, não apenas observadores. Ao escolher manusear nossos gatos com cuidado e respeito, não estamos apenas evitando danos; estamos ativamente nutrindo um relacionamento baseado na confiança. E não é essa a parte mais gratificante de ser um dono de pet?