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Por que os humanos não têm pele coberta de pelos como outros mamíferos?

Lucas R.

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Por que os humanos não têm pele coberta de pelos?

Você já se perguntou, enquanto acaricia seu gato ou cachorro peludo no sofá, por que, ao contrário deles, não está coberto da cabeça aos pés por um espesso pelo? A ciência por trás de por que somos os “macacos nus” é bastante fascinante. Vamos explorar isso.

Mamíferos terrestres, incluindo aqueles que você pode ver durante uma caminhada na floresta ou no seu quintal, têm pelos para várias finalidades. Principalmente, ele funciona como uma camada isolante, regulando suas temperaturas corporais contra as variações do ambiente. Seja um urso polar no Ártico gelado ou um camelo no deserto escaldante, seus pelos oferecem proteção e calor. As intrigantes variações de textura e cor que observamos nos pelos dos animais são adaptadas às necessidades exclusivas de cada espécie, permitindo que se camuflem ou se destaquem, tudo de acordo com suas necessidades evolutivas.

Agora, quando se trata de nós, humanos, a trama se complica (ou, neste caso, se dilui). Enquanto podemos exibir lindos cabelos nas nossas cabeças ou precisar depilar ou encerar partes dos nossos corpos, não estamos envoltos em um manto aconchegante de pelo. Então, o que nos diferencia?

Recentemente, pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade da Pensilvânia embarcaram em uma jornada para responder a essa pergunta. Suas descobertas revelaram que uma proteína específica em humanos é a razão por trás da nossa pele relativamente nua. Em comparação com outros mamíferos que podem estar cobertos de pelo, mostramos um crescimento escasso de cabelo em áreas selecionadas: nossos braços, pernas, genitais e, mais abundantemente, nas nossas cabeças.

Antes desta descoberta revolucionária, a crença predominante era bem simples – nossos ancestrais, em algum ponto de sua jornada evolutiva, simplesmente não precisavam mais daquele pelo abrangente. No entanto, esta pesquisa destacou uma história mais intrincada. Nossas células têm canais específicos que governam o crescimento do pelo. Sara E. Millar, autora principal do estudo, explicou em uma conversa com a Newsweek que a via de sinalização WNT desempenha um papel fundamental neste processo. Ela mencionou: “Bloqueá-lo causa pele sem pelos e ativá-lo provoca a formação de mais pelos.”

Agora, você pode se perguntar, por que certas áreas, como nossas axilas e virilhas, ainda têm pelos comparativamente mais espessos e escuros? Bem, além de quaisquer razões culturais ou estéticas que influenciam as decisões de cuidado pessoal, a natureza tem sua própria justificativa. Essas regiões servem como um tampão protetor contra possíveis infecções. O pelo aqui, particularmente nas áreas sensíveis das axilas e virilhas, é a forma da natureza de minimizar a fricção e garantir nosso bem-estar.

Para adicionar outra camada a essa história intrigante, Greg Foot, um renomado jornalista científico do BritLab, lança luz sobre a glândula apócrina. Localizada nas axilas e virilhas, esta glândula produz um tipo único de suor, mais denso e oleoso do que aquele que podemos sentir na testa em um dia ensolarado. Esse suor estimula o crescimento do pelo nessas regiões. Segundo Greg, o pelo tem uma dupla função: fornecer uma camada protetora contra infecções e reduzir a fricção na nossa pele sensível.

Em essência, embora nossa escolha pré-histórica de vestir a pele de outros animais como roupa possa nos ter afastado ainda mais dos nossos inícios peludos, a natureza ainda garante que temos pelos onde é mais vital. Nossa história evolutiva, intrinsecamente ligada à ciência, oferece uma visão cativante sobre o pelo (ou a falta dele) que nos torna singularmente humanos.

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Editor-chefe do portal Mistérios do Mundo desde 2011. Adoro viajar, curtir uma boa música e leitura. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.