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Por que os frascos de comprimidos têm algodão dentro?

Lucas R.

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Por que os frascos de comprimidos têm algodão dentro?
Já sentiu aquele incômodo ao tentar pegar um comprimido em um frasco de remédio, apenas para encontrar uma bola de algodão te bloqueando?

Já sentiu aquele leve incômodo ao tentar pegar um comprimido em um frasco de remédio, apenas para encontrar uma bola de algodão te bloqueando? Todos nós já passamos por isso. Curiosamente, esse aspecto aparentemente trivial de nossos medicamentos diários tem uma rica história e uma razão lógica por trás de sua existência.

Vamos voltar no tempo para o início do século 20. A renomada marca Bayer começou a colocar algodão em seus frascos de medicamento. Agora, você pode se perguntar: “Por quê?” Não era para nos irritar, garanto-lhe. O principal propósito desse algodão era ocupar o espaço restante no frasco. Ao fazer isso, ele atuava como uma almofada, evitando que os comprimidos em pó se chocassem uns contra os outros, o que poderia levá-los a se transformar em uma indesejada bagunça em pó. Faz sentido, não é?

No entanto, com o avanço da inovação, no final dos anos 1980, a Bayer introduziu uma mudança significativa: comprimidos revestidos. Essa inovação significava que os comprimidos poderiam colidir dentro do recipiente sem o risco de se desintegrarem. O revestimento protetor atuava como uma barreira. Além disso, a introdução de cápsulas em gel, que eram naturalmente mais robustas, reduziu ainda mais a necessidade desse tampão de algodão.

Por que os frascos de comprimidos têm algodão dentro?

Mas aqui é onde o comportamento humano e a tradição entram em jogo. Ao longo das décadas, nós, os consumidores, nos acostumamos tanto a encontrar esse enchimento esponjoso em nossos frascos de aspirina que sua ausência parecia, bem, estranha. Muitos começaram a associar a presença de algodão com segurança. Alguns acreditavam que era um indicador de se a embalagem tinha sido violada, enquanto outros pensavam que desempenhava um papel na manutenção da eficácia dos comprimidos.

Impulsionada por tais crenças dos consumidores e pelo peso da tradição, a Bayer continuou a incluir algodão em seus frascos. E essas mesmas razões podem explicar por que ainda hoje, algumas marcas não se despediram dessa prática secular. Mas aqui vai uma reviravolta na história: enquanto podemos perceber aquele algodão como um guardião de nossos comprimidos, o Instituto Nacional de Saúde dos EUA (NIH) sugere o contrário. Em uma revelação surpreendente, o NIH recomenda que, ao abrir um frasco, se remova o algodão. Por quê? Porque esse algodão aparentemente inofensivo pode te trair introduzindo umidade no frasco, comprometendo potencialmente a integridade do medicamento.

Agora, prepare-se para esta próxima revelação: essa bola de algodão com a qual você tem lutado pode nem mesmo ser algodão de verdade! De acordo com o banco de dados de Informações sobre Drogas e Efeitos Colaterais dos EUA, muitos desses tampões são feitos não de algodão, mas de materiais como rayon ou poliéster. Surpreendente, não é?

Em conclusão, embora o algodão (ou não tão algodão) em nossos frascos de medicamento possa parecer um detalhe menor, ele serve como um testemunho da mistura de história, comportamento do consumidor e avanço científico. Da próxima vez que você se encontrar lutando com essa bola de algodão teimosa, tire um momento para apreciar a história que ela carrega e a jornada evolutiva da inovação em saúde. E lembre-se, depois de pegar seu comprimido com segurança, talvez seja uma boa ideia remover esse algodão de vez!

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Editor-chefe do portal Mistérios do Mundo desde 2011. Adoro viajar, curtir uma boa música e leitura. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.