Por que os atletas olímpicos têm a mesma tatuagem?

por Lucas Rabello
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Quando você pensa nas Olimpíadas, provavelmente imagina os icônicos cinco anéis entrelaçados – um símbolo reconhecido mundialmente. Mas você sabia que muitos atletas olímpicos escolhem tatuar permanentemente esse símbolo em seus corpos? É uma tradição que existe há décadas e carrega tanto orgulho quanto superstição.

Vamos voltar para 1988, o ano em que essa tendência começou. Christopher Jacobs, um jovem nadador americano, havia acabado de ganhar duas medalhas de ouro e uma de prata nas Olimpíadas de Seul. Enquanto celebrava seu sucesso no Havaí a caminho de casa, Jacobs decidiu fazer uma pequena tatuagem dos anéis olímpicos em seu quadril. Isso não foi uma decisão repentina; Jacobs havia sido inspirado por atletas canadenses que tinham pequenas tatuagens da folha de bordo em seus peitos.

Jacobs não parou em uma única tatuagem. Ele fez outra, um pouco maior, mais acima no quadril, e depois, uma grande e colorida na parte interna do bíceps direito. Sua decisão gerou uma tendência que dura há mais de três décadas.

Mas por que os atletas olímpicos escolhem fazer essa tatuagem? Para muitos, é uma maneira de marcar um período significativo em suas vidas. Como o próprio Jacobs explicou: “Acredito que se tornou um rito de passagem. É quase como um cartão para um clube um tanto exclusivo.” Os anéis olímpicos representam anos de trabalho árduo, dedicação e o auge da realização atlética. Fazer a tatuagem é uma maneira de os atletas carregarem essa conquista consigo para sempre.

Desde que Jacobs começou a tendência, inúmeros olímpicos seguiram o exemplo. Alguns dos maiores nomes da história do esporte exibem orgulhosamente suas tatuagens dos anéis olímpicos. Michael Phelps, um dos olímpicos mais condecorados de todos os tempos, tem os anéis tatuados no quadril. Simone Biles, campeã geral de ginástica feminina, e Noah Lyles, atual campeão mundial dos 100 metros rasos, estão entre os muitos outros atletas notáveis que escolheram se tatuar.

A superstição por trás da tatuagem olímpica

O jogador de vôlei da seleção dos EUA, Thomas Jaeschke, comemora após derrotar a Alemanha nas Olimpíadas de Paris 2024 com sua tatuagem em plena exibição.

O jogador de vôlei da seleção dos EUA, Thomas Jaeschke, comemora após derrotar a Alemanha nas Olimpíadas de Paris 2024 com sua tatuagem em plena exibição.

No entanto, com essa tradição vem um pouco de superstição. Muitos atletas acreditam que você só deve fazer a tatuagem dos anéis olímpicos depois de realmente competir nos Jogos. A atiradora americana Mary Tucker compartilhou que conhece pelo menos quatro pessoas que fizeram a tatuagem antes de se qualificarem para as Olimpíadas, mas nunca acabaram competindo. Isso levou a uma regra não escrita entre os atletas: espere até conquistar seu lugar nas Olimpíadas antes de fazer a tatuagem.

A tatuagem dos anéis olímpicos é mais do que apenas um design legal ou uma moda passageira. Ela representa a adesão a um dos clubes mais elitistas do mundo. Mesmo quando os dias de competição de um atleta já ficaram para trás, mesmo quando seu corpo não realiza mais os feitos incríveis de outrora, essa tatuagem permanece como um lembrete permanente de sua jornada olímpica.

É importante lembrar que se tornar um olímpico é uma conquista extraordinária por si só. Quer um atleta volte para casa com uma medalha ou não, simplesmente competir no nível olímpico o coloca em uma classe à parte. Os Jogos reúnem os melhores dos melhores do mundo inteiro, e cada participante conquistou seu lugar através de anos de dedicação e trabalho árduo.

Enquanto assistimos às futuras edições dos Jogos Olímpicos, fique de olho nessas tatuagens. Elas não são apenas arte corporal; são histórias gravadas na pele, contos de triunfo, dedicação e busca pela grandeza.

Lucas Rabello
Lucas Rabello

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.