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O Titanic era o maior e mais luxuoso navio do mundo, quando partiu em 10 de abril de 1912, em sua viagem inaugural na Inglaterra, com destino a Nova York.
Com 270 metros de comprimento, uma altura de 25 andares e pesando 46.000 toneladas, era a embarcação mais significativa da época. Quatro dias depois, o Titanic atingiu um iceberg, resultando em mais de 1.500 mortos, com pouco mais de 700 sobreviventes, a maioria da primeira classe de passageiros.
Os destroços no fundo do oceano permaneceram indetectáveis por décadas até 1985. Foi quando uma equipe de cientistas liderada pelo oceanógrafo Robert Ballard conseguiu localizar o naufrágio mais famoso do mundo a cerca de 3800 metros abaixo da superfície do Atlântico Norte.
Em setembro daquele ano, Robert queria experimentar submarinos robóticos, um novo tipo de tecnologia que seria usada para procurar navios e submarinos afundados.
Expedições futuras descobriram que o Titanic não estava apenas se decompondo – ele também havia se partido em dois pedaços. Uma parte do casco fortemente danificada no lado estibordo da proa forneceu evidências de que a colisão com um iceberg foi muito violenta.
A descoberta de que o Titanic estava em pedaços tornava impossível uma recuperação. Ainda assim, as notícias da condição do navio não impediram as mentes aventureiras de encontrar maneiras de trazê-lo de volta.
Muita gente propôs inflar grandes balões embaixo do navio, o que ajudaria a levantá-lo até a superfície. No entanto, o problema era que os balões tinham que ser inflados em um padrão que os fizessem subir na velocidade correta. Isso porque uma mudança extrema de pressão levaria à desintegração total do navio.
Imagine que você está no nível do mar. Você sente sobre sua cabeça todo o peso do ar acima. Esse valor equivale a uma atmosfera. Mas no mar, as coisas mudam. A cada 10 metros de água, esse peso dobra. E como o Titanic está a 3800 metros de profundidade, ele está sujeito a 380 vezes o peso da atmosfera. Isso, durante tantos anos, deixou a carcaça muito frágil.
A operação de maior sucesso aconteceu em 1998, quando uma empresa conseguiu levantar em alguns metros uma seção de 20 toneladas do casco. A equipe também trouxe de volta cerca de 5 mil artefatos, incluindo joias, brinquedos, pratos e equipamentos.
Até agora, as expedições de resgate não conseguiram recuperar nada maior do que uma laje do casco que hoje faz parte de uma exposição.
Além disso, oceanógrafos dizem que o ambiente hostil do mar causou estragos nos restos do navio depois de mais de um século abaixo da superfície. A acidez da água salgada vem dissolvendo a embarcação, comprometendo sua integridade a ponto de grande parte dela se desfazer caso seja movida.
Os micróbios que fizeram estalactites enferrujadas crescerem em grande parte do Titanic, também corroeram e enfraqueceram ainda mais a estrutura.
Lá dentro, a situação está igualmente ruim, com conveses desmoronando em todos os níveis do navio. As passagens antes acessíveis a mini-submarinos robóticos foram tampadas e os compartimentos da cabine se deterioraram ao longo do tempo. E as coisas estão ficando piores.
Em 2016, os cientistas descobriram um organismo extremófilo que tem sido mais agressivo em destruir o que resta do Titanic, levando alguns a concluir que todo o navio será dissolvido até 2030.
Com o salvamento fora de questão, outras preocupações foram levantadas sobre o que fazer com partes da embarcação que ainda podem ser recuperadas.
Os preservacionistas argumentam que a decomposição lenta da embarcação torna crucial recuperar objetos que fizeram parte desse capítulo trágico da história humana. Já outros dizem que exposições e quaisquer outras tentativas de recuperação não buscam mais nada além de lucro. E há alguns que insistem em dizer que o Titanic deve ser tratado como um túmulo, e que as 1.500 almas devem permanecer no fundo do mar.
No entanto, os pesquisadores não descobriram nenhuma evidência de restos humanos após mais de 200 mergulhos já feitos. As criaturas marinhas teriam se aproveitado porque a proteína é escassa nas profundezas do oceano, e os ossos se dissolvem devido à química da água.
Já outros cientistas sugerem que ainda pode haver restos mortais em lugares interiores, de difícil acesso e com baixa concentração de oxigênio.
Debates à parte, antes que o Titanic finalmente desapareça, uma opção é ver os destroços por si mesmo por meio de uma empresa de expedição, se você tiver 100 mil dólares para gastar.
Editor-chefe do portal Mistérios do Mundo desde 2011. Adoro viajar, curtir uma boa música e leitura. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.