A razão pela qual o submersível Titan está amplamente intacto no fundo do mar

por Lucas Rabello
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A recente divulgação de imagens mostrando os destroços do submersível Titan reacendeu o interesse pelo trágico incidente ocorrido no ano passado. O vídeo da Guarda Costeira dos EUA, que revelou a seção traseira do cone de cauda da embarcação, deixou alguns espectadores intrigados sobre o estado dos destroços.

O Titan, operado pela OceanGate, encontrou seu destino durante um mergulho até o local do naufrágio do Titanic em 18 de junho de 2023. A última comunicação do submersível indicava que tudo estava “bem”, mas logo em seguida ele sofreu o que as autoridades descreveram como uma “implosão catastrófica”.

Para esclarecer a condição das partes recuperadas, o professor de física Arun Bansil, da Universidade Northeastern, ofereceu uma explicação. Ele destacou que grandes objetos normalmente não se desintegram completamente durante uma implosão ou explosão. Bansil fez uma comparação com uma panela de pressão, onde a tampa pode explodir, mas o corpo geralmente permanece intacto. Ele sugeriu que a falha inicial do Titan provavelmente ocorreu em seus pontos mais fracos, como defeitos no casco. Uma vez que uma rachadura se formou, as seções maiores do casco não estariam mais sujeitas a forças extremas, o que lhes permitiria permanecer relativamente intactas.

A investigação em andamento sobre a destruição do Titan trouxe informações adicionais sobre a construção e operação do submersível. Durante a audiência pública, que começou em 16 de setembro de 2024, foi revelado que o Titan foi construído em 2020 e carecia de registro, certificação e classificação adequados. Notavelmente, o casco do submersível não passou por inspeções de terceiros.

Ex-funcionários da OceanGate forneceram depoimentos durante a audiência, lançando luz sobre vários aspectos das operações da empresa. Tony Nissen, ex-diretor de engenharia, relatou um incidente em que o Titan foi atingido por um raio durante uma missão de teste em 2018. Nissen expressou preocupações sobre o desempenho do submersível e afirmou ter sido demitido em 2019 após recusar-se a permitir que ele mergulhasse até o Titanic.

A investigação também abordou a pressão enfrentada pela empresa para preparar o submersível para os mergulhos nos destroços. Quando questionado sobre isso, Nissen confirmou sentir “100%” de pressão para deixar o Titan pronto para as operações.

Conforme a audiência continua, mais detalhes estão surgindo sobre a última expedição do Titan. Tym Catterson, um ex-contratado da OceanGate, afirmou que não houve “nenhum sinal de alerta” no dia em que o submersível desapareceu, descrevendo-o como “um bom dia”.

Espera-se que a investigação dure duas semanas, período durante o qual informações adicionais sobre a construção, manutenção e momentos finais do Titan podem vir à tona. Esta investigação em andamento visa estabelecer uma imagem mais clara dos eventos que levaram à tragédia e potencialmente informar medidas de segurança futuras para embarcações de exploração em águas profundas.

Lucas Rabello
Lucas Rabello

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.