Por que o número da besta não é o 666?

por Lucas Rabello
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Mergulhe no redemoinho de textos antigos, e você tropeçará em uma curiosidade picante que certamente levantará algumas sobrancelhas. Imagine isto: um papiro desgastado, tinta mal se agarrando às suas fibras, sussurrando segredos do passado. Este não é um antigo do montão; é o Papiro 115, abrigado no luxuoso recinto da Biblioteca Sackler da Universidade de Oxford. E o que esse antigo VIP tem a dizer? Ele afirma que o verdadeiro número da besta, esse símbolo notório de todas as coisas nefastas, não é o chamativo 666 que todos nós fomos ensinados a temer. Não, é 616.

O Livro do Apocalipse, um pilar da literatura apocalíptica, tem feito as pessoas roerem as unhas por séculos. É como o clímax supremo, cheio de símbolos, metáforas e números que parecem dançar em torno de seus significados. A revelação do Papiro 115 lança tempero na mistura, desafiando o status quo de 666 como o número da besta por excelência.

Por que a confusão, você pergunta? Tudo envolve a tradução e transcrição. Imagine escribas antigos, curvados sobre pergaminhos, suas canetas tremeluzindo na luz fraca, cada um copiando textos à mão. Sem CTRL+C e CTRL+V para ajudá-los, erros eram inevitáveis. Alguns textos ficaram com 666, enquanto outros, como o Papiro 115, afirmaram corajosamente 616.

Mas por que deveríamos nos importar com essa troca de números? Não é apenas uma questão de trocar dígitos; é uma janela para as complexidades da transmissão de textos antigos. Cada manuscrito é como uma migalha de pão nos levando de volta pela história, oferecendo visões sobre como esses textos foram compreendidos, interpretados e, às vezes, mal interpretados por seus leitores.

O debate entre 616 e 666 não é apenas uma minúcia acadêmica; tem implicações reais para como interpretamos esse símbolo do “mal”. O número da besta tem sido um tópico quente para teólogos, numerologistas e teóricos da conspiração, cada grupo girando o número para se adequar à sua narrativa. Se o número for de fato 616, isso poderia mudar interpretações e desafiar crenças de longa data sobre o significado do texto.

Mas aqui está o ponto crucial: o próprio número, seja 616 ou 666, é provavelmente simbólico. A numerologia antiga era toda sobre usar números para representar ideias ou nomes. É como um jogo de Scrabble, onde números substituem letras, e palavras estão escondidas dentro de valores matemáticos. O número da besta provavelmente era uma mensagem codificada, um aceno secreto a uma pessoa ou império específico que o autor estava criticando.

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