Quando se trata de comida, todo mundo tem seus fazeres e não fazeres. Mas quando a religião entra na cozinha, as coisas ficam muito mais interessantes.
Para começar, vamos falar sobre o que está fora do cardápio para muçulmanos e judeus. Não se trata apenas de gosto pessoal; é sobre seguir instruções divinas. Os muçulmanos evitam o clube dos carnívoros – pense em leões, tigres e outros predadores. Mas não são apenas os selvagens; animais domésticos e aqueles moradores urbanos astutos como ratos também são um grande não, rotulados como ‘impuros’ pelas leis islâmicas.
O Alcorão estabelece a lei de forma bem clara: “Não para carne morta, sangue, porco e qualquer coisa que não seja abençoada em nome de Deus. Além disso, um grande não em animais que encontraram seu fim por estrangulamento, força bruta, quedas ou acidentes de caça – a menos que sejam devidamente sacrificados através do Halal, um processo específico que inclui a invocação do nome de Deus antes do abate.” Não se trata apenas do que está no prato; é sobre respeito e santidade.
Mudando de rumo para as regras dietéticas judaicas, o Velho Testamento mantém simples: “Evite as coisas abomináveis.” Mas o que é considerado como tal? A lista inclui alguns rostos familiares como bois, ovelhas, cabras e uma variedade de ungulados selvagens como cervos e antílopes. A regra de ouro? Se tem casco, rumina e possui um casco fendido, você está no caminho certo.
Agora, a carne de porco é um assunto delicado. Não se trata apenas de o porco ser um não ruminante; há toda uma história cultural e ambiental por trás. Os porcos são de alta manutenção comparados aos seus companheiros ruminantes. Eles precisam de mais do que apenas plantas ricas em celulose para engordar, o que significava que os antigos agricultores tinham que compartilhar suas preciosas colheitas. Além disso, os ruminantes eram como a ferramenta multiuso da antiguidade: comida, fertilizante, equipamento agrícola e moda, tudo em um só.
Nos climas escaldantes do Oriente Médio, os porcos simplesmente não conseguiam se adaptar. Eles não são feitos para secas, e a falta de um sistema de resfriamento decente e proteção solar os tornava menos que ideais. Então, não se tratava apenas de leis dietéticas; era sobre sobrevivência e sustentabilidade.
E aqui vai um pouco de alimento para o pensamento: as raízes do Islã estão entrelaçadas com as tradições semitas, compartilhando o palco com comunidades judaicas. Então, todo o tabu em torno de certos alimentos? Pode ser apenas um caso de polinização cruzada cultural.
Lembre-se, não se trata apenas do “o quê”, mas do “porquê” por trás desses fazeres e não fazeres dietéticos. Seja por saúde, santidade ou harmonia com a natureza, cada prato conta uma história.