A vida de um estudante mudou drasticamente depois de consumir os restos de macarrão de frango de seu colega de quarto, levando a várias cirurgias e à amputação de todos os seus membros.
O prato foi armazenado na geladeira durante a noite e, um dia depois de comê-lo, o aluno teve graves complicações de saúde, conforme relatado no New England Journal of Medicine.
Um vídeo do YouTube fornece um relato detalhado desse caso incomum, identificando o aluno apenas como “JC”. Ele consumiu o prato de macarrão, que havia sido comprado em um restaurante na noite anterior, e logo passou mal. O vídeo dramatiza os eventos descritos no jornal médico.
JC, que não tinha alergias conhecidas e havia recebido suas vacinas na infância, fumava dois maços de cigarros por semana, usava maconha diariamente e não bebia muito. Sua condição piorou rapidamente e ele foi levado de avião para a unidade de terapia intensiva de outro hospital para tratamento adicional.
Segundo o relatório, os sintomas de JC incluíam febre alta, pulsação de 166 batimentos por minuto e necessidade de sedação. A revista médica afirma que JC estava bem até 20 horas antes da internação, quando começou a sentir dor abdominal e náusea após comer as sobras.
Cinco horas antes da admissão, sua pele desenvolveu uma coloração arroxeada, levando um amigo a encaminhá-lo ao pronto-socorro. O vídeo do YouTube de “Dr. Bernard” aprofunda o caso, sugerindo que uma infecção bacteriana agressiva provavelmente causou os sintomas graves de JC.

Os rins de JC falharam e seu sangue começou a coagular 24 horas após consumir o prato. Os exames de sangue revelaram a presença da bactéria Neisseria meningitidis em sua corrente sanguínea. Embora não fosse meningite, a bactéria causava meningococcemia, que desencadeava uma resposta imune.
O Dr. Bernard explicou que essa resposta fazia com que os vasos sanguíneos se dilatassem por todo o corpo, levando a uma queda na pressão sanguínea e impedindo que o oxigênio chegasse aos órgãos vitais. Minúsculos coágulos se formaram e bloquearam o fluxo sanguíneo, privando as mãos e os pés de JC de oxigênio.
O tecido privado de sangue tornou-se necrótico, resultando em uma condição chamada púrpura fulminante. O termo refere-se ao aparecimento súbito da doença e à cor da contusão (púrpura). Apesar da estabilização, desenvolveu-se gangrena nos dedos e nas pernas de JC, exigindo a amputação de partes de todos os 10 dedos e de ambas as pernas abaixo dos joelhos.
A bactéria, conhecida por se espalhar pela saliva, levantou dúvidas sobre a origem da infecção. O colega de quarto de JC vomitou depois de comer um pouco da refeição na noite anterior e JC consumiu as sobras sem saber. Mais tarde, descobriu-se que, embora JC tivesse recebido sua primeira vacina meningocócica antes do ensino médio, ele não havia recebido a dose de reforço recomendada aos 16 anos.
O Dr. Bernard referiu-se ao incidente como “um acidente estranho” e admitiu que a causa da contaminação bacteriana nos alimentos permanece desconhecida. Após 26 dias, JC recuperou a consciência e seu estado melhorou. Embora sua vida tenha sido significativamente alterada, ele sobreviveu à provação.