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Por que a vacina BCG deixa uma marca permanente no braço?

Lucas R.

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Por que a vacina BCG deixa uma marca permanente no braço?
Aprenda por que a vacina BCG deixa uma marca no braço.

A vacina BCG, ou Bacilo de Calmette-Guérin, é uma vacina amplamente utilizada em todo o mundo para prevenir formas graves de tuberculose, especialmente em crianças. A vacina é produzida a partir de uma cepa enfraquecida do Mycobacterium bovis, que é relacionada ao Mycobacterium tuberculosis, o agente causador da tuberculose. Um aspecto interessante e notável da vacina BCG é a marca permanente que frequentemente deixa no braço da pessoa vacinada.

Essa marca, conhecida como cicatriz vacinal, é resultado da reação inflamatória provocada pela vacina no local da injeção. Para compreender a razão dessa marca permanente, é fundamental examinar como a vacina BCG é administrada e como o corpo humano reage a ela.

A vacina BCG é aplicada por meio de uma técnica chamada intradermorreação de Mantoux, que consiste na injeção do líquido contendo a vacina na camada mais superficial da pele, a derme. A escolha dessa técnica é crucial, pois permite uma interação eficiente entre as células do sistema imunológico e a vacina, maximizando a resposta imune e conferindo proteção contra a tuberculose.

Quando o líquido da vacina é injetado na derme, ele provoca uma reação imunológica localizada que atrai células de defesa, como os macrófagos, para a área da injeção. Essas células atacam e fagocitam as bactérias enfraquecidas presentes na vacina, processando e apresentando fragmentos delas às células T do sistema imunológico. Esse processo de apresentação é crucial para desenvolver uma resposta imunológica específica e duradoura contra a bactéria causadora da tuberculose.

A reação inflamatória que ocorre no local da injeção é caracterizada pela vermelhidão, inchaço e, eventualmente, formação de uma pequena pápula, que pode evoluir para uma úlcera. À medida que o processo inflamatório prossegue, o corpo inicia o processo de reparação dos tecidos danificados. Nesse contexto, as células chamadas fibroblastos produzem colágeno e outros componentes da matriz extracelular, que são essenciais para a cicatrização da pele e reestruturação do tecido.

Entretanto, o processo de cicatrização não é perfeito e geralmente resulta na formação de uma cicatriz. A cicatriz vacinal da BCG se desenvolve como uma pequena elevação esbranquiçada ou enrijecida no local da injeção, e essa mudança na textura e na cor da pele é consequência do acúmulo de colágeno e da remodelação do tecido durante a reparação. Embora a cicatriz possa se atenuar ao longo do tempo, ela permanece como um lembrete duradouro da vacinação.

Vale ressaltar que nem todos os indivíduos vacinados com BCG desenvolverão uma cicatriz permanente no braço. A formação da cicatriz pode variar de acordo com fatores genéticos, a técnica de administração da vacina e a resposta imunológica individual. Algumas pessoas podem ter cicatrizes mais sutis ou mesmo inexistentes, o que não necessariamente indica uma resposta imunológica inadequada ou ausência de proteção contra a tuberculose.

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Editor-chefe do portal Mistérios do Mundo desde 2011. Adoro viajar, curtir uma boa música e leitura. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.